Amaranthus palmeri expande-se em Portugal

A planta Amaranthus palmeri foi identificada em Portugal. Técnicos do Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária (Iniav) e da Escola Superior Agrária de Beja detectaram populações em campos de milho na região de Tomar, Oeste do país. Conforme informam, é o segundo ano que a encontram na região. Há também relatos de sua presença no Ribatejo, em Coruche e no Sobralinho.

A espécie pertence à família Amaranthaceae. Tem crescimento rápido, alcança até três metros de altura e produz mais de 600 mil sementes por planta. Possui elevada capacidade de adaptação, com preferência por regiões de verões quentes. Desenvolve-se rapidamente quando há luz, temperatura elevada, água e nutrientes. É muito competitiva em culturas de primavera-verão, como milho, tomate e girassol.

A planta é dióica, com flores masculinas e femininas em indivíduos distintos. Apresenta folhas rombo-ovadas, pecíolo mais comprido que o limbo, coloração arroxeada na base da plântula e brilho ceroso no caule. As inflorescências são em espiga ou panícula e as flores femininas possuem brácteas espinhosas. A germinação é favorecida pela luz.

Espécimes encontrados em Espanha já mostraram resistência a nove modos de ação diferentes de herbicidas, incluindo substâncias como glifosato, nicossulfurão, terbutilazina e mesotriona. Ainda não há confirmação sobre resistência nos exemplares portugueses, mas a elevada variabilidade genética da espécie aumenta o risco.

Especialistas recomendam monitorização contínua das parcelas, identificação precoce e adoção de estratégias de proteção integrada. Métodos culturais incluem lavouras profundas (mínimo 20 cm), culturas de cobertura densas no outono/inverno, aumento da densidade de plantio e higienização rigorosa de máquinas agrícolas. O início da colheita deve ocorrer nas parcelas não infestadas, com limpeza entre parcelas.