Amaranthus palmeri

10.03.2025 | 14:47 (UTC -3)

Conhecido popularmente como caruru-palmeri, caruru-gigante, amaranto-de-Palmer ou pigweed-de-Palmer.

Esta espécie é uma planta daninha altamente agressiva, originária do sudoeste dos Estados Unidos e do México.

Seu nome homenageia o botânico Edward Palmer, que a descreveu no século XIX.

Culturas infestadas

Amaranthus palmeri é uma praga de difícil controle, afetando principalmente:

  • Grandes culturas: soja, algodão, milho e sorgo.
  • Hortaliças: tomate, pimentão e melancia.
  • Frutíferas: pomares de citros e olivais.

Sua adaptação a diversos ambientes agrícolas e crescimento rápido tornam-o uma ameaça à produtividade em regiões tropicais e subtropicais.

Biologia

Amaranthus palmeri é uma planta anual de ciclo curto. Completa seu ciclo (germinação, crescimento, floração e produção de sementes) em períodos de quatro a seis meses, dependendo das condições ambientais.

A planta desenvolve raízes profundas e extensas, permitindo acesso a água e nutrientes em camadas mais profundas do solo, o que o torna altamente resistente a secas moderadas.

A. palmeri apresenta fotossíntese do tipo C4. Possui mecanismo eficiente de fixação de carbono, comum em plantas adaptadas a climas quentes, o que explica seu crescimento acelerado mesmo em temperaturas elevadas.

Em termos de reprodução e genética:

  • Dioicia: plantas masculinas e femininas são separadas, promovendo cruzamento genético e variabilidade. Isso contribui para a rápida adaptação a herbicidas e condições adversas.
  • Produção de sementes: cada planta fêmea produz 100 a 500 mil sementes, dependendo do tamanho e da competição. As sementes são pequenas (1-2 mm) e leves, facilitando a dispersão pelo vento, água, animais ou equipamentos agrícolas.
  • Dormência variável: algumas sementes germinam logo após a dispersão, enquanto outras permanecem dormentes no solo por 10 anos ou mais, formando um "banco de sementes" persistente.

Sua celocidade de crescimento pode atingir 5 a 7 cm por dia em condições ideais, superando culturas como soja e milho na competição por luz.

Uma única planta pode acumular até 1 kg de biomassa seca, extraindo grandes quantidades de nitrogênio, fósforo e potássio do solo.

Além disso, apresenta plasticidade fenotípica. Adapta sua morfologia (altura, área foliar) conforme a disponibilidade de recursos, tornando-se mais robusto em solos férteis ou espaçamentos abertos.

Amaranthus palmeri desenvolve-se melhor com temperaturas entre 28°C e 35°C, mas tolera de 15°C a 40°C. A planta cresce vigorosamente em dias longos e com alta intensidade luminosa, sendo comum em regiões tropicais e subtropicais.

Em termos de solo e umidade, cresce em solos com pH entre 5,5 e 8, desde que bem drenados. É comum em solos arenosos, mas também prospera em argilosos se houver umidade adequada.

Suas raízes profundas permitem sobrevivência em períodos secos, porém, para máximo crescimento, prefere umidade regular (500–800 mm de chuva anual). Por outro lado, possui sensibilidade a solos encharcados.

Germinação e estabelecimento de A. palmeri:

  • Profundidade de emergência: sementes germinam até 5 cm de profundidade , mas o ideal é entre 0,5 cm e 2 cm.
  • Gatilhos para germinação: chuvas ou irrigação após períodos secos; perturbação do solo (ex.: preparo convencional); temperaturas do solo acima de 18°C.
  • Período de emergência: germina ao longo de toda a estação de cultivo, tornando o controle contínuo um desafio.

Controle

O manejo de Amaranthus palmeri exige estratégias integradas.

  • Prevenção: monitorar áreas para identificar infestações precocemente; evitar a introdução de sementes contaminadas em equipamentos agrícolas.
  • Métodos culturais: rotação de culturas (usar espécies competitivas, como gramíneas); uso de palhada ou culturas de cobertura para suprimir a germinação; capina manual ou mecânica antes da floração; cultivo em linha para remover plântulas jovens.
  • Controle químico: usar produtos registrados; populações resistentes a múltiplos herbicidas exigem rotação de princípios ativos e modos de ação.

A resistência a herbicidas, já documentada em vários países, torna Amaranthus palmeri uma das piores pragas agrícolas do século XXI. Seu manejo inadequado pode causar perdas de até 90% na produtividade em culturas como a soja. Portanto, a conscientização e o uso de práticas sustentáveis são essenciais para conter sua disseminação.

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