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Organizado pela pesquisadora Izabella Cabral Hassun, o Dia de Campo sobre Saúde Animal/Parasitologia, realizado na última terça-feira (25/08), reuniu alunos da Universidade Federal do Pampa (Unipampa - campus Dom Pedrito).
O evento contou com a participação das pesquisadoras Ana Maria Sacco, Cláudia Gulias Gomes e Magda Benavides. O evento teve como público-alvo 22 alunos da disciplina de Saúde Animal da Faculdade de Zootecnia da Unipampa.
O Dia de Campo começou com visita à cabanha da Unidade e a palestra da pesquisadora Izabella Hassum sobre os efeitos do bagaço de uva como fonte de tanino para o controle da verminose ovina. Na primeira parte do experimento, 24 animais estão confinados em gaiolas metabólicas para a observação da ação dos componentes do bagaço de uva no parasito. Os resultados obtidos nesse experimento serão testados futuramente a campo.
Depois da avaliação, a experiência é levada às unidades de observação – são 100 animais na Embrapa e 100 em uma unidade particular –, onde metade dos animais de cada local receberá a dieta e outra metade não. Assim, serão conhecidos os resultados da pesquisa e a viabilidade para o produtor. Segundo a pesquisadora, o objetivo é encontrar novas ferramentas para o controle da verminose e, no caso de resultados negativos, estes serviriam para abrir caminho a novos estudos. “Os métodos alternativos são complementares aos que existem hoje. São ferramentas auxiliares para prolongar a utilização dos produtos químicos, que em curto período de tempo não fazem mais efeito”, afirmou Izabella.
Os alunos também visitaram um dos campos experimentais de ovinos da Unidade, onde a pesquisadora apresentou o método Famacha©, um guia de anemia que consiste em examinar o animal sob luz natural, observando a coloração na parte medial da conjuntiva do olho. O grau da doença é determinado por uma tabela de cores. Izabella apontou para a importância do treinamento dos manejadores e que a precisão é dada com o tempo. O método é indicado aos pequenos produtores que não disponibilizam de acesso fácil a laboratórios, possibilitando selecionar animais mais resistentes à verminose.
A pesquisadora Magda Benavides apresentou aos alunos um experimento que permite identificar ovinos resistentes a parasitos gastrintestinais. Essa pesquisa, que começou em 2005 e deve ser concluída até 2012, utiliza o rebanho de um produtor da região e é feita por meio do acompanhamento desde a parição e controle total do rebanho. Magda também falou do experimento sobre tristeza parasitária bovina que desenvolve junto com a pesquisadora Ana Maria Sacco, que consiste em identificar bovinos mais resistentes à Babesia bovis.
Já a pesquisadora Cláudia Gulias Gomes explicou como funciona o manejo de resistência de acaricidas para o controle de doenças, apresentando tabelas de grupos químicos utilizados para o controle do carrapato, estratégias de controle, períodos de carência e produtos proibidos para gado de leite e de corte. A pesquisadora também mostrou um gráfico da eficácia dos principais grupos químicos em municípios da região do Alto Camaquã (Bagé, Caçapava do Sul e Pinheiro Machado). Cláudia enfatizou a importância do acompanhamento da propriedade em que os futuros zootecnistas estiverem trabalhando e a necessidade de conhecer o princípio ativo dos produtos – e não apenas os nomes comerciais. Durante a tarde, os graduandos acompanharam o manejo do banheiro de imersão.
A tristeza parasitária bovina também foi tema de palestra proferida pela pesquisadora Ana Maria Sacco. Ela explicou as formas de transmissão dos parasitos causadores da doença. A pesquisadora destacou fatores essenciais que precisam ser conhecidos para prevenir a patologia, entre eles o clima onde a propriedade se encontra, a idade e a raça dos animais, o manejo, o uso correto dos carrapaticidas, as pastagens e a presença ou não da agricultura. Segundo Ana Maria, o controle do carrapato “não é receita pronta”, sendo necessário adequá-lo conforme o problema se apresenta. “É muito importante conhecer a doença, avaliar a nutrição dos animais, o clima e todos os fatores envolvidos”. A pesquisadora orienta que é imprescindível deixar os terneiros contraírem o carrapato, o que segundo ela constitui, hoje, a única maneira de torná-los adultos imunes à doença.
Para o estudante Leonardo Severo Dall Asta, o Dia de Campo foi extremamente proveitoso. “É importante ver o manejo dos animais na prática, estabelecer esse contato direto com os pesquisadores da área. Assim, ficamos sabendo o que realmente acontece nas pesquisas, os projetos em andamento e a realidade dos problemas existentes na região”, disse.
Breno Lobato
Embrapa Pecuária Sul
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