Alta de 5,22% na segunda quadrissemana de outubro

21.10.2010 | 21:59 (UTC -3)

O IqPR – Índice Quadrissemanal de Preços Recebidos pela Agropecuária Paulista registrou alta de 5,22% na segunda quadrissemana de outubro de 2010. Os produtos que registraram as maiores altas foram: feijão (69,88%), batata (34,42%), laranja para mesa (19,86%), amendoim (16,42%), milho (16,39%), carne de frango (13,94%), banana nanica (11,40%), trigo (8,84%), carne suína (5,85%) e algodão (5,64%).

 

No caso do feijão, manifesta-se a escassez conjuntural decorrente do atraso de safra gerado pela estiagem prolongada de meio de ano. Esta falta de chuvas ocasionou além de perdas na produção, atrasos na entrada do feijão novo (em especial nas principais regiões produtoras do Sul-Sudeste). Os preços seguem a escalada de aumento que ganha ritmo com o aprofundamento da menor disponibilidade do produto, havendo pouco a fazer pela impossibilidade de importações em quantidades elevadas e qualidades desejáveis. Esta pressão altista somente será revertida com as primeiras colheitas de feijão novo da safra de verão que ocorrerão mais para o fim do ano.

 

No caso da batata, olerícola perecível em que se manifesta de forma exacerbada a gangorra de preços derivadas de descompassos conjunturais entre a oferta e a procura de produto, ocorrem viradas abruptas e expressivas de tendência em função da realidade pontual do mercado. Essa menor oferta produziu o aumento exacerbado verificado nas últimas quatro semanas.

 

Na laranja de mesa, as pressões da demanda da agroindústria citrícola, no mercado livre de laranja in natura, numa conjuntura de produção menor na presente safra, associada à elevação do consumo com os primeiros dias mais quentes deste segundo semestre, pressionou as cotações da fruta e elevou seus preços. Nos contratos de laranja para indústria, os preços seguem ritmo lento de aumento, manifestando-se inferiores aos da laranja in natura, como reflexo da predominância de contratos que acabam dando maior estabilidade aos preços atenuando tanto movimentos de alta, como é o caso, como de baixa, com em conjunturas anteriores.

 

No milho, no trigo e no algodão, os eventos de menor produção de países relevantes, em especial dos Estados Unidos (com redução na produtividade do milho apesar da safra recorde), produziram a elevação dos preços no mercado internacional e criaram expectativas de alta que, nas condições brasileiras superam a valorização cambial, aliviando no curto prazo a queda do poder de compra da moeda nacional.

 

O aumento para a carne de frango, assim como os ocorridos em menor percentual para carne suína e carne bovina se deve ao crescimento da demanda de carnes pelos consumidores no varejo. Ademais, nas carnes de frango e bovina, as vendas externas deram impulso mais decisivo aos preços internos.

 

No amendoim, além do ajuste decorrente de uma situação de menor oferta, manifestam-se as pressões de demanda e os mesmos efeitos de atraso de safra ocasionado pela estiagem que postergou a perspectiva de entrada da colheita de verão, formando expectativas altistas.

 

Os preços da banana comumente atingem seu pico na primavera, quando há maior propensão ao consumo e quando a oferta é prejudicada pelas ondas de frio dos meses anteriores que retardaram a formação dos cachos.

 

Os produtos que apresentaram as quedas de preços foram: tomate para mesa (6,52%), café (1,95%) e ovos (1,77%). O tomate, que nas últimas semanas registrou altas nas variações de seus preços, agora registra queda significativa: esta mudança de comportamento se deve às condições climáticas favoráveis (com estiagem e sol desde meados de agosto até o final de setembro), aliadas à consistente base técnica, que juntos constituem fatores de aumento da produção. Como perecível, manifesta-se a gangorra de preços, típica desses mercados agropecuários em conjunturas de volatilidade, derivadas de fenômenos climáticos.

 

No café, a relativa estabilização das cotações internacionais numa realidade de cambio em valorização fez recuar os preços no mercado interno, em especial os preços recebidos pelos produtores.

 

A oferta de ovos vem acompanhando os movimentos da demanda, com suprimento maior que o consumo (seja doméstico, seja na agroindústria de panificação) levando às quedas dos preços.

 

Neste momento verifica-se uma mudança relevante na evolução dos índices quadrissemanais de preços, com a desaceleração da tendência de alta, ou seja, os preços continuam subindo para maioria dos produtos, porém em menor escala. Com isso esses indicadores convergem para patamares compatíveis com a meta de inflação para 2010, fixada pelo Banco Central em 4,50%, com um intervalo de tolerância de dois pontos percentuais para cima ou para baixo. Isso porque os preços agropecuários continuam subindo, mas com ritmo menos acentuado.

 

No período analisado, 17 produtos apresentaram alta de preços (12 origem vegetal e 5 de origem animal), 3 apresentaram queda (2 origem vegetal e 1 origem animal).

 

O artigo completo está disponível em: www.iea.sp.gov.br

 

José Venâncio de Resende

Assessoria de Comunicação da Apta

(11) 5067-0424

saacomunica@sp.gov.br

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