Agropalma vai triplicar produção de mudas clonais até 2032

Meta prevê expansão da produção anual e investimentos de R$ 25 milhões em laboratório de biotecnologia até 2026

18.08.2025 | 14:51 (UTC -3)
Ligea Paixao, edição Revista Cultivar

A Agropalma anunciou a meta de ampliar a produção de mudas clonais de palma para 2 milhões de unidades por ano até 2032, o que representa quase o triplo do volume atual. Para atingir o objetivo, a companhia prevê investir R$ 25 milhões até 2026 em seu laboratório de biotecnologia, inaugurado em Belém (PA) em 2023.

O anúncio foi feito durante o 35º Congresso Técnico de Genética e Melhoramento Florestal (CTGMF), promovido pela Sociedade de Investigações Florestais (SIF) e realizado entre os dias 30 de julho e 1º de agosto, em Belém. O evento reuniu pesquisadores e representantes de empresas florestais do Brasil e do exterior.

Pesquisa e inovação

Com mais de dez anos de experiência em programas de melhoramento genético, desenvolvidos em parceria com a Universidade Federal de Viçosa (MG), a Agropalma já aplicou R$ 18 milhões no laboratório de mudas clonais. O trabalho é apoiado pela SIF, entidade que reúne os 30 maiores players do setor florestal brasileiro e que financia projetos de inovação em parceria com a Embrapii.

De acordo com André Borba (na foto acima), diretor Agrícola da Agropalma, os investimentos em clonagem têm caráter estratégico. “As mudas clonais oferecem maior produtividade, reduzem custos de produção e contribuem para a preservação ambiental, já que permitem ampliar a produção sem a necessidade de abertura de novas áreas”, afirma.

Ganhos produtivos e ambientais

Entre os benefícios das mudas clonais estão maior tolerância à seca, resistência a doenças, eficiência nutricional e redução do ciclo de produção. Enquanto uma muda convencional leva até dois anos para a colheita, as clonadas podem ser colhidas em 20 meses. O período de viveiro também é encurtado de 12 meses para entre seis e oito meses.

Segundo a empresa, os clones demandam 18% menos potássio, o que representa uma economia anual de cerca de 10% nos custos com fertilizantes, além de contribuir para a redução das emissões de CO₂.

Outro diferencial apontado pela Agropalma é a taxa de sucesso na clonagem por embriogênese somática, que supera 65% — bem acima da média de mercado, estimada em 6%.

Mercado e perspectivas

A projeção da Agropalma é expandir a produção de mudas clonais dos atuais 500 mil exemplares anuais para 2 milhões até 2032. A estimativa é de que o negócio possa gerar um faturamento extra de R$ 30 milhões por ano.

Além da palma de óleo, a empresa também estuda a clonagem de outras espécies com potencial econômico, como pupunha, coco e açaí, e pretende implementar a tecnologia de imersão temporária em biorreatores (TIB) para otimizar os processos.

Segundo Hugo Santos, coordenador do Laboratório de Biotecnologia da Agropalma, há interesse de empresas florestais e de comercialização de espécies nativas em conhecer os resultados. “O desenvolvimento da embriogênese somática no nosso laboratório abre caminho para futuras parcerias, tanto na palma quanto em outras culturas”, destaca.

Compartilhar

Newsletter Cultivar

Receba por e-mail as últimas notícias sobre agricultura

acessar grupo whatsapp
Agritechnica 2025