Financiamento facilitado e condições climáticas devem aquecer mercado, aposta Massey Ferguson
Polinização e agricultura foram os assuntos do painel realizado, terça-feira (01/09), na Casa da Fepagro, no Parque Assis Brasil, em Esteio.
O tema faz parte do trabalho de realizado pelas pesquisadoras Sídia Witter, da Fundação Estadual de Pesquisa Agropecuária, e Betina Blochtein e Anelise Souza, da Pontifícia Universidade Católica do RS.
A polinização realizada por animais contribui com a reprodução sexual de mais de 90% das plantas com flores e é muito necessária na agricultura. Dentre as espécies de polinizadores, as abelhas estão entre as mais importantes e podem ser manejadas para essa finalidade. De acordo com as pesquisadoras, aproximadamente 30% do alimento humano é proveniente de plantas polinizadas por abelhas.
Estudos em 16 culturas, em cinco continentes, comprovam que diversidade e a abundância de espécies de polinizadores diminuem exponencialmente à medida que aumenta a distância do ambiente natural. A redução dos polinizadores é oriunda do desmatamento, do uso excessivo de pesticidas e da destruição predatória de seus ninhos. O déficit de polinização em vários agroecossistemas resulta em perdas de produtividade e de qualidade de produtos agrícolas.
A pesquisa recomenda o uso de manejos agrícolas adequados e a criação de polinizadores em larga escala. Algumas das culturas beneficiadas com a polinização por insetos são canola, maçã, soja, café, cítricos, maracujá, morango, melão, melancia, abóbora, pimentão, tomate, cebola, cenoura, acerola e alfafa.
As especialistas falaram, ainda, sobre abelhas sem ferrão. Nativas do continente americano, elas já eram conhecidas dos índios e usadas para produção de mel, além de desempenhar um papel importante na manutenção do equilíbrio dos ecossistemas. Esse assunto pode ser conferido no Boletim Técnico Abelhas sem Ferrão do Rio Grande do Sul, elaborado pela Fepagro. O livro apresenta as espécies nativas mais comuns do território gaúcho, entre elas, a mirim droriana e a guiruçu, mais comuns em localidades da serra; a jataí da terra, comum no Litoral Norte; a borá, da região de Santa Rosa; e a mirim de chão ou bieira, em parte das áreas da Campanha e do Litoral Sul.
Durante a tarde, especialistas falaram sobre estiagem no Rio Grande do Sul. O assunto foi debatido pelos especialistas Bernadete Radin, diretora do Centro de Meteorologia Aplicada da Fepagro, Ataídes Jacobsen, da Emater/RS-Ascar e Ivan Rodrigues de Almeida, da Embrapa Clima Temperado.
A pesquisadora disse que nos próximos três meses haverá muita chuva no Estado. A tendência de aumento da precipitação estará mais concentrada ao norte, já na metade sul ainda aponta padrões próximos do normal. Estamos no período do El Ninö (tendência de aumento no volume de chuvas). Isso não significa que a quantidade será suficiente para atender a necessidade hídrica das culturas de verão como o milho, a soja e o feijão, explica Bernadete. “Essas culturas são as mais afetadas pelas estiagens”, conclui.
Gislaine Freitas
Assessoria de Comunicação Social Fepagro
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