Agricultores familiares viveiristas estão atentos a novo sistema de produção de mudas cítricas

27.01.2014 | 21:59 (UTC -3)

A muda é a pedra fundamental em toda cadeia produtiva agrícola. Na cadeia da citricultura, a utilização de mudas cítricas de qualidade, produzidas em ambiente protegido, é a forma mais econômica e ecológica de garantir plantas saudáveis e produtivas.

Em vistas das ameaças fitossanitárias à cultura dos cítricos, a exemplo de pragas como o Greening e o Cancro Cítrico, que ainda não ocorrem na Bahia, o governo do estado, através da Secretaria Estadual da Agricultura / Superintendência da Agricultura Familiar (Suaf) e da Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola (EBDA), aprovou o projeto “Produção de mudas cítricas em ambiente protegido”, elaborado por técnicos da EBDA.

“Essa iniciativa vai fazer a Bahia ingressar no seleto time dos estados que produzem mudas cítricas em ambiente protegido, favorecendo a permanência dos viveiristas familiares baianos, na atividade”, diz o engenheiro agrônomo da EBDA, Nilton Caldas, também coordenador das ações de citricultura da EBDA.

Segundo Caldas, as mudas que atenderão ao projeto serão produzidas com borbulhas e sementes provenientes de blocos cultivados em ambientes protegidos, que não possibilitam a entrada de pragas e vetores de doenças, garantindo a propagação de material sadio e produtivo.

Motivação do projeto

A Portaria Estadual nº 243, de agosto de 2011, regulamenta a produção em ambiente protegido, a entrada, o comércio e trânsito de mudas, porta-enxertos e borbulhas na Bahia, e foi criada para evitar a disseminação de pragas e doenças dos citros para regiões onde elas ainda não existem. Esta portaria proíbe a produção de mudas a céu aberto, sistema utilizado pelos viveiristas familiares, até então.

Em função da necessidade da existência de borbulhas produzidas em ambiente protegido, para formação de mudas sadias, a EBDA vem atendendo aos viveiristas com sete borbulheiras, o que possibilitou a antecipação das ações necessárias ao cumprimento da Portaria, que determina a data de janeiro de 2014, a obrigatoriedade da produção de mudas e borbulhas cítricas em ambiente protegido.

Além da existência destas borbulheiras, ações de capacitação de viveiristas na produção de mudas, no novo sistema proposto, também foram realizadas pela EBDA. “Reuniões em associações de produtores de mudas, para sensibilização e preparo dos viveiristas quanto ao novo sistema, é mais uma ação para que se consolide o projeto com sucesso”, explica a engenheira agrônoma da EBDA, Kátia Magalhães Abreu.

Para atender ao projeto, serão implantadas, inicialmente, 10 estufas agrícolas para produção de mudas, nos principais pólos citrícolas. As estufas serão geridas pelas associações de viveiristas familiares, que, em contrapartida ao investimento realizado pelo Governo, fornecerão parte das mudas produzidas a agricultores familiares, para compor os Quintais Agroflorestais – programa da EBDA que atende a agricultores familiares -, e para implantação de Unidades Técnicas Demonstrativas( UTD’s).

O projeto envolve um aporte de recursos de R$ 3 milhões de reais, e contará com ações de assistência técnica, capacitação de viveiristas, técnicos e agricultores familiares, beneficiando, diretamente, 8.300 beneficiários. “Este projeto representa uma nova oportunidade para o desenvolvimento da citricultura baiana, com sustentabilidade, onde a muda cítrica, de qualidade, possibilitará a formação de pomares produtivos e sadios, com maior longevidade”, afirmam os técnicos Nilton Caldas e Kátia Magalhães, autores do projeto.

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