Adab e EBDA estudam controle biológico contra Huanglongbing

O Centro de Laboratórios da Agricultura (CLA) está estudando uma proposta de controle biológico do Diaphorina citr (D.citri), inseto vetor do Huanglongbing, mais conhecido como greening, principal praga que afeta a citricultura mundial. A Bahia é livre do greening e, para evitar a introdução desta praga, a Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab), órgão vinculado à Secretaria da Agricultura, tem participado ativamente de fóruns e discussões sobre o tema. As pesquisas sobre o controle biológico contra o HLB foram apresentadas na última terça-feira (12) no auditório da Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola (EBDA), em Ondina, pela bióloga Juliana Piovesan para um grupo de gerentes, técnicos e dirigentes da EBDA, Embrapa, Ministério da Agricultura e fiscais estaduais da Adab.

A bióloga da EBDA contextualizou os sistemas ambientais que promovem as condições favoráveis ao HLB, evidenciando o papel do inseto vetor na disseminação da bactéria Candidatus Liberibacter sp., agente etiológico do HLB. “A bióloga nos apresentou as etapas necessárias à criação massal de Tamarixia radiata, um parasitóide de ninfas de D. citri, bastante eficiente no controle biológico do psilídeo”, explicou a fiscal estadual Agropecuária da Adab, Suely Brito. No processo são necessários: a produção de mudas de murta (Murraya paniculata), criação de D. citri e de T. radiata.

“Considerando que essa praga é devastadora para a citricultura, que não existem fontes de resistência hospedeira, nem processo curativo para os vegetais infectados, o controle biológico do inseto vetor se constitui numa estratégia relevante”, avaliou o diretor de Defesa Vegetal da Adab, Armando Sá, lembrando que a Bahia é o segundo produtor nacional de citros, cultura que exerce um importante papel social nos Territórios de Identidade do Litoral Norte e do Recôncavo Baiano.

Os resultados apresentados nesse seminário começaram a ser discutidos em março deste ano após uma visita do pesquisador da Embrapa/CNPMF, Antonio Nascimento e da fiscal estadual Suely Brito ao Laboratório de Controle Biológico da ESALQ/USP, em Piracicaba/SP. “O combate às pragas se faz na ausência delas”, pontuou o diretor-geral da Adab, Paulo Emílio Torres. “E é dessa forma que o Estado vem investido em estratégias de enfrentamento à ameaça do HLB”, destacou o diretor, salientando os efeitos positivos das parcerias interinstitucionais e conclamando todos os segmentos dessa cadeia produtiva no compartilhamento de responsabilidades, visando a defesa da citricultura baiana.