Abiarroz lança nota acerca da anulação do leilão federal para compra de arroz importado

Governo Federal decidiu cancelar a compra de arroz importado, que foi arrematado no último dia 06 de junho, devido à questionamentos sobre as capacidades técnicas e financeiras por parte das empresas vencedoras

12.06.2024 | 15:49 (UTC -3)
Revista Cultivar, com informações de Andrea Russo

A Associação Brasileira da Indústria do Arroz (Abiarroz) lançou hoje uma nota à imprensa acerca da decisão do Governo Federal de anular o leilão para compra de arroz importado. O anúncio da anulação foi feito ontem pelas entidades competentes, e se deu devido a questionamentos sobre as capacidades técnicas e financeiras por parte das empresas vencedoras. Cerca de 263 mil toneladas de arroz haviam sido arrematadas no dia 06 de junho pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). A notícia foi divulgada pela Revista Cultivar.

Na nota, a Abiarroz destaca como oportuna e acertada a decisão do governo, e ainda, que espera que o episódio “sirva para ampliar o diálogo com o setor orizícola brasileiro, de modo a superar versões inverídicas e injustas com toda nossa cadeia - do produtor ao consumidor”. 

A entidade também defende que o Governo Federal reveja a política estabelecida no caso. 

Entenda

Foi publicada no Diário Oficial da União do dia 09 de maio, em edição extra, a Medida Provisória 1.217/2024, que autoriza a Conab a importar até um milhão de toneladas de arroz para recomposição de estoques públicos. Conforme a determinação oficial, o produto será destinado especialmente para pequenos varejistas e atacados das regiões metropolitanas.

A iniciativa foi justificada pelo Governo para o enfrentamento da calamidade pública e suas consequências sociais e econômicas derivadas de eventos climáticos no Estado do Rio Grande do Sul, maior produtor nacional de arroz. De acordo com a medida, o arroz deve chegar às prateleiras com preço tabelado de até R$ 4 por quilo. 

Nesta terça-feira (11), com a anulação do leilão realizado no último dia 06 de junho, o governo anunciou que vai revisar os mecanismos estabelecidos para leilões, e que deve realizar, em breve, um novo pregão. 

Entidades arrozeiras manifestam-se contra a ação

Desde o anúncio da medida, entidades arrozeiras gaúchas e catarinenses manifestaram-se contra a compra do arroz importado, prezando pela valorização do arroz nacional. O Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga) também apresentou, em reunião extraordinária da Câmara Setorial do Arroz, dados que indicam que a safra 2023/2024 de arroz do Rio Grande do Sul deve ficar em torno de 7.149.691 toneladas, mesmo com as perdas pelas inundações que o estado sofreu em maio, e garantiu que o arroz gaúcho é suficiente para abastecer o mercado brasileiro, sendo desnecessária a importação do grão.

A Abiarroz reafirma na nota divulgada hoje que uma intervenção sem diálogo construtivo com as partes envolvidas pode “abrir precedente prejudicial à sustentabilidade do mercado ao próprio consumidor final e à economia brasileira como um todo”. 

A entidade também garantiu que o abastecimento do país será realizado com um arroz de qualidade e preço justo, praticado dentro dos parâmetros do livre mercado. E finalizou: “respeitamos os papéis de todos os entes e estamos abertos para fortalecer um diálogo produtivo, certos de que todos queremos preservar emprego e renda, desenvolver o país e garantir qualidade de vida à nossa população”. 

Compartilhar

Newsletter Cultivar

Receba por e-mail as últimas notícias sobre agricultura

LS Tractor Fevereiro