11º Congresso Brasileiro do Algodão acontece na próxima semana em Maceió

O congresso a cada dois anos abre espaço para o debate das principais demandas do setor, promovendo o intercâmbio de informações sobre a produção da fibra no país

24.08.2017 | 20:59 (UTC -3)
Edna Santos

De 29 de agosto a 1° de setembro a capital alagoana receberá os principais atores da cadeia produtiva do algodão para a 11ª edição do Congresso Brasileiro do Algodão - 11° CBA – realizado pela Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), no Centro de Convenções de Maceió. O congresso é um dos maiores eventos da cotonicultura brasileira e a cada dois anos abre espaço para o debate das principais demandas do setor, promovendo o intercâmbio de informações sobre a produção da fibra no país. A média de público é de 1,5 mil participantes entre produtores, pesquisadores, estudantes, consultores e expositores.

Esta edição tem como tema Inovação e rentabilidade na cotonicultura, com uma ampla programação de minicursos, mesas-redondas e plenárias.

Embrapa participa da seleção dos 190 artigos científicos

A sigla na gênese do desenvolvimento da agricultura tropical e da produção agrícola no cerrado brasileiro, a Embrapa, integrante da comissão científica do 11° Congresso Brasileiro do Algodão (11° CBA), aprovou, com os demais membros, os 190 artigos que serão apresentados no evento. Para o chefe de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa Algodão, Liv Severino, o CBA é uma oportunidade de reunir todos os envolvidos com a cultura, nivelar e apresentar ao produtor os principais avanços dos últimos dois anos, além dos desafios, que, segundo o cientista, ficam mais complexos à medida em que a cotonicultura avança.

"No passado, quando a cotonicultura foi implantada no cerrado, era mais fácil conseguir impactos expressivos com a aplicação de uma nova tecnologia. Hoje, os problemas mais simples já foram resolvidos e a abordagem é muito mais desafiadora", afirma. Para Severino, o algodão, que já não pode prescindir de um consórcio com o milho e a soja, vai demandar ainda mais diversificação no sistema, com a introdução de novas culturas na rotação, como o capim, para gerar cobertura, e mesmo de animais, como o boi.

"O desafio é conciliar os critérios agronômicos e econômicos com a aplicabilidade às grandes extensões e à produção em larga escala. Não adianta querer introduzir na rotação uma atividade que não se sustente em todos esses pontos. Este é, justamente, o foco desse CBA: unir inovação e rentabilidade em benefício do cotonicultor", diz.

Na torrente das chamadas "tecnologias disruptivas", a Embrapa assume um papel importante de balizador, segundo Liv Severino. "Muitas coisas estão surgindo no mercado, e boa parte delas não têm viabilidade real. Uma contribuição da Embrapa tem sido ajudar o setor produtivo a filtrar o excesso de informação, verificar o que tem fundamento, deixando o agricultor menos vulnerável", ressalta. Liv Severino também enfatizou o papel do órgão no suporte governamental à formação de políticas públicas para o agro.

"A dimensão política é sempre um reflexo da sociedade que, em sua maioria, é urbana e desconhece a dinâmica da produção no campo. Dedicamos muito da nossa energia para suprir essa lacuna, ligando cidade e campo, demonstrando a importância estratégica da geração de alimentos, fibras e energia", explica.
Liv Severino evidencia o papel da Abrapa e da cotonicultura no contexto da produção agrícola brasileira. "O algodão é uma das mais bem organizadas culturas do país, e esse é um claro resultado do trabalho que a Abrapa realiza, como um interlocutor forte, de grande representatividade, que consegue unir o setor na luta pelas grandes causas", resume.

Para o presidente da Abrapa, Arlindo de Azevedo Moura, a pesquisa científica governamental, liderada pela Embrapa, redefiniu a cotonicultura brasileira e, cada vez mais, tem avançado, também, com o apoio da pesquisa privada, sobretudo, da indústria. "Ter a Embrapa na nossa comissão científica é mais do que uma satisfação, é mandatório", define Arlindo Moura.

Os trabalhos selecionados pela Embrapa estão agrupados em 13 seções principais, e versam sobre Beneficiamento (1), Biotecnologia (5), Entomologia (36), Fisiologia Vegetal (13), Fitopatologia (23), Fitotecnia (33), Matologia (10), Melhoramento Vegetal (36), Nutrição de Plantas (5), Qualidade de Fibras (03), Sistemas de Produção (18), Socioeconomia (5) e Sustentabilidade (2).

O CBA terá premiações para trabalhos selecionados por autoria e categorias específicas. Confira os detalhes em www.congressodoalgodao.com.br.


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