Para UNICA, posição cautelosa da União Européia sobre efeitos indiretos do uso da terra é positiva
As primeiras colheitas de milho, que alcançam 5% das lavouras semeadas, mostram bons rendimentos e indicam que o Rio Grande do Sul poderá colher uma boa safra, apesar da inconstância do clima nos últimos meses. Na Fronteira Noroeste e nas Missões, onde se localiza a maioria das lavouras já colhidas, as produtividades médias têm surpreendido, girando ao redor dos 4.700kg/ha na microrregião de Três de Maio, 3.600kg/ha em Cerro Largo, 3.400kg em Santo Ângelo, e 3.300 kg/ha em Santa Rosa, rendimentos estes considerados altos, se levado em conta o histórico dessas regiões.
Segundo o Informativo Conjuntural, elaborado pela Emater/RS-Ascar, as chuvas ocorridas no mês de dezembro, embora irregulares e em volume aquém do esperado, contribuíram para que as lavouras plantadas mais cedo finalizassem o processo de maturação em boas condições. Já as lavouras plantadas a partir de meados de outubro, e que se desenvolveram em condições adversas devido à falta de umidade, não apresentam potencial similar e podem baixar a média geral. Cerca de 95% da área do milho projetada para este ano já está semeada, com 26% em desenvolvimento vegetativo, 20% em floração, 33% em enchimento de grãos e 8% em processo de maturação.
Permanece o quadro de precipitações irregulares no Estado, mantendo as áreas das regiões Sul e Campanha com maior déficit. Mesmo assim, de maneira geral, a lavoura da 1ª safra de feijão vem apresentando bons índices nas áreas do cedo, com produtividade elevada e boa qualidade, à exceção dessas duas regiões. A colheita chega, neste momento, aos 48% da área geral e apresentando bom desenvolvimento.
A soja está com bom desenvolvimento vegetativo em todas as regiões localizadas mais ao Norte do Estado. Nessa parte do RS, começa a causar preocupação a baixa umidade do solo verificada em determinados momentos, uma vez que as lavouras estão entrando em floração de forma mais intensa, a partir de agora. Nas lavouras em que a fase predominante é de desenvolvimento vegetativo, os produtores seguem no controle de pragas e invasoras, além de intensificarem a observação quanto ao aparecimento de doenças fúngicas, como a ferrugem asiática.
Ventos moderados frequentes e umidade do ar seguidamente baixa beneficiam a cura dos bulbos nos galpões na região da Serra, etapa derradeira para a conclusão da fase de produção. Na comercialização do alho, permanecem as boas cotações e a procura pelo produto. Alguns alhicultores estão negociando a produção “em rama”, planta inteira, sem beneficiamento, recebendo o valor médio de R$ 4,00/kg.
A cebola está em fase final de colheita na Zona Sul. Em Rio Grande, a colheita já encerrou, com perdas estimadas em 20%. Já em São José do Norte, a colheita atinge 75%. Em ambos municípios, o preço se mantém estável, em 0,20/kg. No Médio Litoral, a colheita atingiu em torno de 90% da área, nos municípios produtores de Mostardas e Tavares. O preço para comercialização do produto com rama e sem classificação, direto da lavoura, permanece entre R$ 3,00/sc e 4,00/sc de 20 kg.
Na Serra gaúcha, a ocorrência frequente de temperaturas elevadas apressa a maturação da uva, recuperando, desta forma, a defasagem que vinha sendo imposta pelas próprias condições do clima, ou seja, sucessivas quedas da temperatura nos meses finais do ano transcorrido. A qualidade da safra, que estava prometendo ser a melhor desde 2005/06, poderá ter mudanças, em função das precipitações praticamente diárias. A combinação de calor e umidade elevada constante é condição propícia para a incidência do míldio (mufa), deixando em alerta os viticultores
O plantio de novas áreas de pastagens está paralisado e, naquelas em que seu desenvolvimento inicial coincidiu com a atual fase, foram perdidas. Na Zona Sul, a situação segue preocupando. Contudo, foram registradas precipitações em um maior número de localidades, contribuindo para amenizar o forte déficit hídrico que vem se registrando na região. A chuva, embora irregular e mal distribuída, favoreceu a retomada do desenvolvimento das pastagens em alguns municípios onde esta foi recentemente implantada.
Apesar do clima desfavorável na Campanha, o estado geral do rebanho ainda segue sendo considerado razoável em boa parte dos municípios. As exceções encontram-se em Aceguá, Candiota, Quaraí e Dom Pedrito, onde a falta da água está mais acentuada e exige mais atenção em relação à dessedentação dos animais. Nas demais regiões do Estado, em que pese a irregularidade na distribuição das chuvas, ainda é boa a umidade presente no solo, favorecendo as pastagens e gerando bons resultados para a atividade, com consequente benefício na condição corporal dos animais, que apresentam reflexos positivos no seu desempenho reprodutivo.
As condições climáticas na Campanha e parte da Zona Sul, seguem críticas, provocando uma redução na oferta de leite nestas regiões. Apesar de se manter estável em algumas localidades, o quadro se agravou, principalmente nos municípios de São Gabriel, onde a redução da produção leiteira já ultrapassa os 20%, e em Candiota, Hulha Negra e Santana do Livramento, com redução estimada em 40%, em decorrência da ampliação do alto déficit hídrico e das baixas precipitações ocorridas no último período.
Raquel Aguiar
Assessoria de Imprensa da Emater/RS-Ascar
(51) 2125-3104
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