Viveiro temporário é alternativa de baixo custo para início de recuperação de áreas degradadas

Recuperar áreas degradadas tornou-se item prioritário em muitas propriedades rurais brasileiras, sobretudo, após a votação do Novo Código Florestal. Mas apesar da obrigatoriedade e da necessidade de recuperação destas áreas, o produtor rural não deverá contar com subsídios financeiros para promover o reflorestamento em suas propriedades, mesmo naquelas áreas onde o Governo Federal estimulou o desenvolvimento das atividades agrícola e pecuária há alguns anos.

Uma alternativa de baixo custo para o início da recuperação de áreas degradadas, segundo o professor do curso de Agronomia da FAZU, Fausto Antônio Domingos Junior, é a implantação de viveiros temporários nas propriedades rurais, visando à produção de mudas de espécies nativas, com finalidade de recuperação das áreas. “Os viveiros temporários são uma boa alternativa para os produtores, uma vez que os custos de produção de mudas diminuem bastante quando são utilizados recursos existentes nas próprias fazendas, como pedaços de madeira subaproveitados e as próprias sementes das árvores”, explica Fausto.

Além disso, o produtor evita gastos maiores com a compra de mudas e ainda o transporte das mesmas até o local que deve ser reflorestado. “O viveiro pode ter uma estrutura simples. Não precisa ser projetado com material de primeira qualidade, pois após o plantio das mudas ele pode ser desmontado. O produtor pode montar um viveiro temporário em uma área aproximada de 300 metros quadrados (10 x 30 m). Ao optar por espécies que apresentam desenvolvimento rápido, como pau formiga e angico, que levam de dois a cinco meses para se desenvolver, o processo de reflorestamento torna-se mais rápido”, pontua o professor, que lembra que para recuperar 1 (um) hectare é preciso aproximadamente 1.700 mudas.

Para montar um viveiro temporário, o produtor irá gastar apenas madeira, sombrites, sacos de polietileno para fazer as mudas, sementes (buscando sempre exemplares que tenham origem de árvores mais vigorosas). Para fazer o substrato onde as sementes irão se desenolver, o produtor pode usar a terra da própria fazenda misturado ao esterco das criações, como bovinos, suínos e aves.

Alguns pontos, no entanto, precisam ser observados no momento da montagem do viveiro temporário. “É preciso que haja fácil acesso de água, pois as mudas deverão ser irrigadas de forma manual diariamente, fácil acesso de pessoas e máquinas, o local deve ser bem drenado e ainda ser localizado em um local estratégico para posteriormente as mudas serem distribuídas”, lembra Fausto.

O viveiro é importante para a produção de mudas, principalmente de espécies nativas, uma vez que estas apresentam certa fragilidade e necessitam de condições semelhantes ao do ambiente original para se desenvolver. Ou seja, precisam de rega constante e de baixa luminosidade para que a germinação seja uniforme.

Assessoria de Imprensa