Vazio sanitário do maracujazeiro-azedo está em vigor para municípios do Litoral Norte gaúcho
Objetivo é reduzir perdas na produção, que podem chegar a 60%
02.07.2024 | 15:54 (UTC -3)
Secretaria de Agricultura
O vazio sanitário para o cultivo do maracujazeiro-azedo já está em vigor e os produtores de 11 municípios do Litoral Norte gaúcho devem eliminar todas as plantas de seus pomares. O vazio sanitário foi estabelecido no Rio Grande do Sul em 2023 através da Instrução Normativa nº 13, da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi), sendo o período compreendido entre os dias 01 a 31 de julho de cada ano. Neste período, é proibido cultivar ou implantar pomar de maracujazeiro-azedo, bem como manter ou permitir a presença de plantas vivas dessa espécie em qualquer fase de desenvolvimento.
O objetivo é combater a virose do endurecimento dos frutos do maracujazeiro, causada pelo Cowpea aphid-borne mosaic vírus (CABMV). O endurecimento dos frutos do maracujazeiro é a virose mais importante da cultura no Brasil, pelo seu alto potencial destrutivo e rápida disseminação. As perdas podem chegar a 60% da produção, dada a drástica redução na produção dos frutos, que ficam deformados, rugosos e menores. Também acontece o endurecimento no albedo, que é a parte branca interna da casca, que se torna espessa, resultando em baixo rendimento de polpa, tornando-o impróprio para o comércio.
De acordo com a chefe da Divisão de Defesa Sanitária Vegetal (DDSV) da Secretaria, Rita Antochevis, com a eliminação de todos os maracujazeiros durante o vazio sanitário, a praga não encontrará plantas hospedeiras para completar seu ciclo, o que ajuda a fazer o controle com menor uso de produtos químicos.
A produção de mudas é permitida, desde que sejam observados os requisitos previstos na legislação, sendo realizada exclusivamente em cultivo protegido e com o uso de telas antiafídeos, que impedem a passagem de insetos vetores de doenças.
Além destas medidas, a Instrução Normativa trouxe a obrigatoriedade de solicitar à Secretaria da Agricultura do Rio Grande do Sul a autorização para a entrada de mudas no Estado, com antecedência de 30 dias, tanto para fins de plantio como de comercialização. O interessado deve preencher um formulário online e apresentar alguns documentos, como laudo fitossanitário que ateste a sanidade das mudas.
A chefe da DDSV destaca que “a adoção do período de vazio sanitário e do uso de mudas saudáveis, produzidas em ambiente protegido, são as principais medidas para o controle da virose do endurecimento dos frutos do maracujazeiro, assegurando e preservando a sanidade dos frutos”.
A Secretaria da Agricultura disponibiliza o número de WhatsApp (51) 984129961 como canal para denúncias de não cumprimento do vazio sanitário. As denúncias são a principal fonte de informação para identificar as irregularidades.
Municípios com vazio sanitário do maracujá: Arroio do Sal, Capão da Canoa, Dom Pedro de Alcântara, Itati, Mampituba, Maquiné, Morrinhos do Sul, Terra de Areia, Torres, Três Cachoeiras e Três Forquilhas.
Produção
O Rio Grande do Sul tem 208 produtores de maracujá, que cultivam o fruto em uma área plantada de 284 hectares e tem uma produção de 5 mil toneladas, de acordo com dados da Radiografia da Agropecuária Gaúcha de 2023.
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