Projeto cultural de fotografia da New Holland conquista Prêmio Aberje 2015
O Prêmio de Fotojornalismo foi reconhecido por acompanhar a evolução, a modernização e o crescimento da agricultura brasileira na última década
Os benefícios sociais, econômicos e ambientais decorrentes da produção sustentável da cana no Brasil, cuja matriz energética é considerada uma das mais limpas do planeta justamente graças à colaboração do etanol e bioeletricidade na redução das emissões de gases do efeito estufa, serão os principais temas abordados pela União da Industria de Cana-de-Açúcar (UNICA) na 21ª Conferência das Partes (COP-21), entre os dias 30 de novembro e 11 de dezembro, na cidade de Paris, França.
“A cana ocupa 16% da nossa matriz energética, ou seja, é a segunda fonte renovável mais usada no País, junto com a hidroeletricidade. Por conta deste diferencial, o Brasil está muito acima da média mundial de 13,2% no uso de energias limpas e renováveis”, ressalta a presidente da UNICA, Elizabeth Farina, que estará na capital francesa.
Aproveitando a presença maciça de representantes de ONGs, sociedade civil e autoridades de 195 países durante a realização da Conferência, a UNICA terá um estande especial no pavilhão principal do evento. No intuito de divulgar as contribuições positivas do setor sucroenergético brasileiro na luta contra o aquecimento global, tema central do encontro em Paris, o espaço terá a exibição de três vídeos que abordam as diferentes utilizações da cana como matéria-prima para a geração de energia elétrica renovável e de um biocombustível capaz de emitir até 90% menos CO2 quando comparado à gasolina.
Especificamente sobre o etanol, um dos vídeos irá mostrar os resultados positivos obtidos após 12 anos de uso do biocombustível em carros flex, que atualmente correspondem a 68% da frota de veículos leves em circulação no Brasil. De março de 2003 – ano de implementação da tecnologia no País – até maio de 2015, ao abastecer seu automóvel bicombustível, os brasileiros evitaram a emissão de mais de 300 milhões de toneladas de CO2. O valor corresponde aproximadamente ao que a Polônia libera por ano (317 milhões de toneladas de CO2), ou à soma do que emitiram Argentina (190 milhões t), Peru (53,1 milhões t), Equador (35,7 milhões t), Uruguai (7,8 milhões t) e Paraguai (5,3 milhões t) em um ano.
Em relação à geração de eletricidade renovável por meio da queima do bagaço da cana, um dos vídeos demonstra o imenso potencial adormecido nos canaviais brasileiros. Somente em 2014, o volume de energia ofertado para a rede foi equivalente a ter abastecido quase 10 milhões de residências no País, evitando a emissão de aproximadamente 8,3 milhões de toneladas de CO2 na atmosfera.
O público que visitar o estande da UNICA poderá responder a um QUIZ com questões relativas aos vídeos reproduzidos no local. Além disso, será possível obter informações institucionais da entidade por meio do sistema QR Code, códigos que podem ser lidos pelos celulares, o que substituirá a distribuição de materiais impressos, ação alinhada aos princípios sustentáveis da Conferência, que prega a utilização consciente dos recursos naturais.
Cana na INDC
Considerada uma das metas mais ambiciosas apresentadas para a COP 21, a Intended Nationally Determined Contributions (INDC) brasileira, que reúne compromissos assumidos pelo País no esforço de mitigar suas emissões domésticas de GEEs, contempla os produtos derivados da cana em diversos pontos. O plano apresentado pelo Governo no final de setembro deste ano prevê, até 2030, a participação de 18% de biocombustíveis e o etanol faz parte disso.
Também prevê um aumento de 10% para 23% no uso de energias renováveis (solar, eólica e biomassa) exclusivamente na matriz elétrica. De forma geral, nos próximos 10 anos o Brasil deverá cortar 37% das suas emissões de GEEs - com base nos níveis de 2005 -, com reais possibilidades de ampliar esta redução para 43% até 2030.
Na opinião da presidente da UNICA, embora a proposta reafirme a importância estratégica do etanol e da bioeletricidade para a “descarbonização” da matriz energética nacional, ainda falta ao País a adoção de políticas públicas que assegurem um novo ciclo de crescimento do segmento. “O mercado de etanol, por exemplo, terá um papel fundamental para que o Brasil atinja estas metas. Entretanto, para isso, o governo brasileiro precisa iniciar imediatamente um plano de longo prazo para que o setor volte a investir com segurança”, explica Farina.
Segundo um estudo feito recentemente pelo Agroicone, uma das alternativas para incentivar o retorno dos investimentos na indústria canavieira seria o aumento da Contribuições de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) que incide sobre a gasolina, passando dos atuais R$ 0,10/litro para R$ 0,60/litro. Na prática, essa medida ajudaria a diminuir em 1,14 bilhão de toneladas as emissões de CO2 de 2015 a 2030, evitando um adicional de emissões de GEE de 571 milhões de toneladas de CO2. O volume é equivalente a quase três vezes o total emitido pelo uso de combustíveis fósseis no setor de transporte brasileiro em 2012.
Agenda na COP
Além de possuir um estande próprio no espaço principal do evento, a UNICA participará de diversos eventos paralelos à Conferência relacionados às questões sobre clima e sustentabilidade. Um deles será a assinatura, em 8 de dezembro, do memorando de entendimento para fomentar o Protocolo Climático do Estado de São Paulo, uma iniciativa de adesão voluntária que estimula empresas e associações a reduzir a emissão de GEEs, com ações de adaptação às mudanças climáticas.
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