Condições climáticas impactam culturas de verão e inverno no Paraná

Nos últimos dias, a presença de fumaça no ar tem sido notada em várias regiões do Paraná, indicando possíveis queimadas ou incêndios florestais que contribuíram para a redução da intensidade da luz solar. Apesar das adversidades climáticas, a colheita e o plantio de diversas culturas seguem em andamento no estado, de acordo com o boletim desta semana do Departamento de Economia Rural (Deral) do Estado. 

Mandioca, cana-de-açúcar e café

A colheita da mandioca em áreas de um ciclo está ocorrendo conforme o esperado, e o plantio prossegue com boas condições de umidade. A cana-de-açúcar também segue em ritmo constante, sendo colhida e plantada em áreas próximas às usinas.

Já a colheita do café está praticamente concluída, restando apenas alguns produtores realizando a varrição dos grãos. A safra foi marcada por um elevado volume de grãos miúdos e pela presença de café no chão. Diversos cafezais iniciaram a florada, mas os produtores estão preocupados com os efeitos da seca prolongada e das altas temperaturas, que podem comprometer o pegamento das flores e, consequentemente, a produção da próxima safra.

Cereais de inverno em alerta

A colheita da canola está em sua fase final. Em relação ao trigo, a colheita avançou para áreas afetadas pelas geadas, resultando em uma queda significativa na produtividade e qualidade dos grãos. O pH médio ficou abaixo do padrão, e há presença de cargas de triguilho. As geadas e períodos de seca também prejudicaram a colheita da aveia, que apresenta rendimentos abaixo do esperado, sendo as áreas de melhor desempenho priorizadas pelos agricultores. 

Enquanto isso, os cereais de inverno de plantio mais tardio continuam apresentando bom desenvolvimento. A cevada apresenta melhores perspectivas, apesar de alguns problemas nas áreas já colhidas. Em várias regiões, os produtores estão dessecando as áreas de cobertura de inverno para intensificar o plantio das culturas de verão.

Safra de verão e leguminosas

O plantio do arroz irrigado avança com sucesso, e as áreas já plantadas demonstram bom desenvolvimento vegetativo. A cultura do feijão também apresenta um bom desenvolvimento, impulsionado pelas chuvas recentes. Em regiões onde a produção de feijão da 1ª safra visa principalmente a obtenção de sementes para a 2ª safra, houve um aumento nas áreas de plantio, indicando otimismo por parte dos produtores.

O plantio de milho para a safra de verão está quase concluído, e as chuvas recentes têm sido adequadas para o desenvolvimento inicial da cultura. A semeadura da soja, a principal cultura do estado, teve um bom início, mas o ritmo diminuiu à espera de chuvas mais abundantes. As áreas já plantadas têm expectativa de serem colhidas em janeiro, permitindo o plantio de uma segunda safra, predominantemente de milho. Em algumas regiões, plantios “no pó” foram realizados, gerando preocupação devido ao risco associado à baixa umidade do solo.

Cultivo de hortaliças e frutíferas

O transplante de tabaco segue avançado, e a primeira safra de tomate está em bom estado vegetativo e de frutificação, com a colheita prevista para os próximos 15 dias. A batata (2ª safra) está sendo colhida dentro do rendimento esperado e com boa sanidade.

As chuvas, embora de baixo volume, favoreceram o desenvolvimento de culturas como cebola e melancia. A colheita do morango segue intensa, mas a umidade da semana anterior provocou apodrecimento em parte dos frutos ainda verdes. Já a cultura da banana registra boa produtividade e preços satisfatórios para os produtores, sem danos significativos causados pelas geadas recentes.

As frutíferas de caroço, em especial os pêssegos precoces, foram afetadas pelas geadas de agosto, o que pode influenciar a colheita prevista para outubro. No entanto, os pêssegos mais tardios não sofreram impactos. A produção de ameixas foi prejudicada pelo clima desordenado, resultando em uma redução na floração e na produtividade. Há expectativa para a primeira florada das áreas de acerola.

Pastagens e armazenamento de água no solo

As pastagens estão em recuperação, proporcionando condições médias de pastejo para o gado de corte, leite e animais de pequeno porte. 

Os rios e açudes, por sua vez, estão se recuperando gradativamente e ainda conseguem suprir as necessidades de irrigação em pivôs para frutíferas e hortaliças.