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O Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) participou, nesta semana, do webinar “Tomorrow’s info session with producing countries”, realizado pela European Coffee Federation (ECF). Foi mais um evento em que a entidade promoveu a sustentabilidade do produto brasileiro e reforçou o respeito da atividade aos critérios ESG, sendo uma cultura que vem se preparando para atender ao Regulamento da União Europeia para Produtos Livres de Desmatamento (EUDR, em inglês), que entrará em vigor no dia 1º de janeiro de 2025.
Com participação de diversas entidades, indústrias e tradings do Velho Continente, e representantes de países produtores, como Brasil, Colômbia, Uganda e Costa Rica, o webinar foi realizado para que as nações cafeeiras apresentassem e reforçassem suas experiências relacionadas à sustentabilidade e à rastreabilidade.
“Mostramos toda a característica sustentável da cafeicultura brasileira, com intenso respeito à governança socioambiental e geração de renda e vida digna a seus atores, além da ‘Plataforma de Monitoramento Socioambiental Cafés do Brasil’, desenvolvida pela Serasa Experian em parceria com o Cecafé, com o intuito de que se referendem e façam valer as Leis dos países de origem, como, no Brasil, o Código Florestal, o CAR e os direitos constitucionais relacionados ao uso da terra”, explica Marcos Matos, diretor-geral do Conselho.
Representantes de Colômbia, Uganda e Costa Rica também expuseram o que têm feito nesse sentido e, ao final, realizou-se um debate entre os participantes. Segundo Matos, os produtores ainda possuem muitas dúvidas sobre como funcionará o EUDR em relação à dinâmica, como nos casos de compras que passam por outros países antes de ingressarem na UE, já que o próprio bloco não externalizou essa questão operacional.
“Apesar dos debates que temos participado desde quando o parlamento aprovou o EUDR, em abril de 2023, há muitas perguntas com difíceis respostas que os europeus precisam dar, mas que ainda não sabem ou definiram como. Enquanto isso, temos reforçado que a rastreabilidade possui custos, que precisam ser compartilhados entre os players da cadeia, bem como o que temos trabalhado e desenvolvido para que alcancemos o demandado monitoramento dos cafés sustentáveis do Brasil”, explica.
De acordo com o diretor-geral do Cecafé, o webinar da ECF foi mais uma oportunidade para estreitar laços com os principais compradores dos cafés do Brasil na União Europeia, demonstrar toda a sustentabilidade do produto e que se fazem necessárias algumas adaptações no EUDR.
“Foi um debate importante sobre o regulamento europeu. Há diversos riscos relacionados às formas de sua implementação, por isso o diálogo é importante para flexibilizar o EUDR, bem como propusemos em ações conjuntas com a Missão do Brasil junto à União Europeia, coordenada pelo embaixador Pedro Miguel Da Costa e Silva, em abril, diretamente à presidência da UE, e postergar a aplicação de multas, até que os países fornecedores de produtos ao bloco possam consolidar a rastreabilidade internamente, já que estão em realidades e momentos diferentes de sustentabilidade”, conclui Matos.
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