Pesquisadores desenvolvem sistema mecanizado que facilita produção de gliricídia
Espécie arbórea é capaz de gerar, anualmente, até 900 quilos de nitrogênio por hectare, reduzindo custos e impactos da aplicação do nutriente
Os municípios de Curitibanos, Frei Rogério, Lebon Régis, Fraiburgo e Caçador somavam cerca de 200 produtores de cenoura na safra 2022/23, numa área aproximada de 630 hectares. Naquele período, essa cultura agrícola movimentou mais de R$20 milhões na região, segundo estimativas da Epagri.
Essa história enfrentou altos e baixos desde que as primeiras hortas de cenoura foram estabelecidas na região, em 1964, com a chegada dos imigrantes japoneses a Frei Rogério. “A vinda dos imigrantes teve como objetivo trazer a cultura do cultivo de hortaliças e de frutas, criando novos sistemas de produção”, conta Adriana Francisco, extensionista rural da Epagri em Frei Rogério.
Adriana descreve que com o passar dos anos o cultivo de cenoura foi perdendo espaço na região, “apenas alguns produtores se mantiveram na atividade, mesmo em pequena quantidade”. Em 2004 o cenário começou a mudar, com uma retomada do plantio da hortaliça. Em 2010 foram instalados os primeiros pontos de lavação de cenoura em Frei Rogério, o que facilitou a comercialização e estimulou o plantio. “A partir de 2022 se observa um aumento crescente da área de plantio”, revela a extensionista.
Para estimular essa cadeia produtiva que vem se expandindo, o escritório da Epagri em Curitibanos organizou o 1º Workshop sobre produção de cenoura. O evento ocorreu em 4 de junho, no auditório da Secretaria Municipal de Educação local, com a presença de 57 pessoas, entre produtores e técnicos.
O workshop foi realizado em parceria com a Embrapa e as prefeituras de Curitibanos e Frei Rogério e levantou as demandas do setor. Uma das solicitações foi a realização de Zoneamento Agrícola de Risco Climático (Zarc) da cenoura para plantios de inverno, além de teste de variedades e datas de plantio voltadas às condições climáticas da região.
O evento contou com duas palestras. Lizz Kezzy de Morais, pesquisadora da Embrapa Hortaliças, falou sobre “Perspectivas futuras do melhoramento de cenoura”. Agnaldo Donizete Ferreira de Carvalho, pesquisador da Embrapa Cerrados, palestrou sobre “Produção de cenoura no Brasil”, abrangendo todas as etapas do ciclo de produção, principalmente na região de Minas Gerais, maior produtora do Brasil.
Também foram feitas visitas em lavouras comerciais do município. Segundo Adriana, nessa ocasião os pesquisadores levantaram demandas do setor para o desenvolvimento de estudos científicos a respeito da cultura da cenoura.
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