O Paraná começou 2016 em baixo d'água. Diversas cidades, incluindo importantes produtoras de diversas culturas agrícolas, entraram em estado de emergência. Londrina, que tem o segundo lugar no ranking de produção de soja no país, foi uma das mais atingidas, o que pode prejudicar consideravelmente a colheita da safra, que atinge seu auge entre o fim de janeiro e o início de fevereiro.
Para obter um grão de boa qualidade, alguns fatores fazem toda a diferença, sendo o principal deles o clima. “As condições climáticas precisam ser ideais. O solo precisa estar razoavelmente seco e a umidade precisa ser baixa”, explica o engenheiro agrônomo Sidnei Magno. “Na situação atual que nos encontramos, não tem muito que fazer. É contar com o tempo”, diz.
Dados fornecidos pelo Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) mostram que nos primeiros 16 dias do mês choveram 327,3 mm em Londrina, número bem maior do que os 237,6 mm registrados durante todo janeiro do ano passado.
Apesar de bem distribuído pelo sul, esse alto volume de chuvas está sendo ocasionado por influência El Niño, que também age em outras regiões do país. “Chuvas nas estações mais úmidas do ano são normais, mas estão sendo potencializadas pelo fenômeno. As precipitações darão uma trégua no fim de janeiro, mas devem retornar em fevereiro”, afirma César Soares, meteorologista da Climatempo.
Milho safrinha
Após a temporada de colheita da soja, se inicia o plantio do milho safrinha. Porém, com o grande volume de chuvas no último mês e a possibilidade de novas precipitações em fevereiro, há a incerteza sobre um possível atraso dessa cultura na região.
“Se isso ocorrer teremos diminuição de produção, o que vai ocasionar tanto na perda de quantidade, quanto de qualidade dos grãos”, afirma o agrônomo Sidnei Magno.