Onda de calor em áreas do Centro-Sul do país persiste até sábado
O Inmet emitiu avisos para parte do Rio Grande do Sul, oeste de Santa Catarina e Paraná
A estiagem segue afetando as lavouras de soja no Rio Grande do Sul, causando perdas em diversas regiões, principalmente no Centro-Oeste do Estado. As precipitações irregulares geraram um quadro de recuperação parcial em algumas áreas, enquanto em outras a escassez hídrica provocou sintomas como enrolamento foliar e abortamento de estruturas reprodutivas. A cultura encontra-se com 57% das áreas na fase de enchimento de grãos e 20% em maturação, mas a colheita ainda é incipiente, atingindo apenas 3% da área plantada.
Já no milho, a colheita avança rapidamente, com 68% da área já colhida, beneficiada pela baixa umidade do ar. O arroz, por sua vez, apresenta estabilidade hídrica momentânea e avanço na colheita, embora a qualidade dos grãos em algumas lavouras tenha sido impactada pelo calor excessivo.
As chuvas irregulares resultaram em um cenário de perdas significativas para a soja no Rio Grande do Sul. As lavouras da região Centro-Oeste foram as mais impactadas, com danos severos e redução na produtividade estimada. Já no Leste, onde as precipitações foram mais expressivas, as lavouras mantêm um potencial produtivo mais próximo ao projetado inicialmente.
O levantamento da Emater/RS indica que a produtividade média prevista era de 3.179 kg/ha, mas deve sofrer redução. Os números atualizados serão divulgados no dia 11 de março, durante a 25ª Expodireto. Enquanto isso, o avanço da colheita segue lento, atingindo apenas 3% da área cultivada, especialmente nas lavouras que tiveram o ciclo encurtado devido à seca.
Nas regiões produtoras, a presença de tripes continua elevada, superando o limiar de dano econômico no Noroeste do Estado. Por outro lado, percevejos fitófagos e lagarta-desfolhadora seguem sob controle dentro dos parâmetros do manejo integrado de pragas.
Para evitar perdas por volatilização e deriva, os produtores têm priorizado a aplicação noturna de fungicidas contra ferrugem-asiática e de inseticidas, com ajustes nas dosagens conforme a fase fenológica das lavouras.
A colheita do milho no estado já alcançou 68% da área cultivada, impulsionada pelas condições climáticas favoráveis. As chuvas recentes beneficiaram as lavouras de milho safrinha, garantindo um melhor desenvolvimento. No entanto, as áreas semeadas entre novembro e dezembro tiveram seu potencial produtivo reduzido devido à escassez hídrica e às temperaturas elevadas em janeiro e fevereiro.
A produtividade média projetada pela Emater/RS é de 7.116 kg/ha. Em algumas regiões, como a Fronteira Oeste, a colheita foi concluída com produtividades variando entre 5.400 e 8.400 kg/ha em áreas de sequeiro e superando 12.000 kg/ha em áreas irrigadas.
No que diz respeito ao controle fitossanitário, o milho de segunda safra apresenta maior incidência de pulgões e cigarrinhas em comparação ao milho de primeira safra, exigindo monitoramento contínuo para evitar a transmissão do vírus do enfezamento.
A cultura do arroz registrou avanço na colheita em todas as regiões produtoras do Rio Grande do Sul. Apesar da recuperação hídrica momentânea, o calor intenso impactou a qualidade dos grãos, especialmente no Oeste do estado, onde a proporção de grãos inteiros caiu abaixo do padrão comercial de 55%. O fenômeno é atribuído à exposição prolongada das panículas à radiação solar elevada durante a maturação fisiológica.
A produtividade inicial estimada pela Emater/RS é de 8.478 kg/ha. Em algumas localidades, como Jaguari, as produtividades superam as projeções iniciais, chegando a 9.000 kg/ha, enquanto em outras, como Cacequi e Restinga Seca, houve redução.
As lavouras de feijão da segunda safra estão majoritariamente em desenvolvimento vegetativo, favorecidas pelas chuvas recentes. No entanto, há previsão de redução na área efetivamente plantada devido às dificuldades enfrentadas pelos produtores na implantação da cultura durante o período de seca.
O monitoramento fitossanitário indica um cenário satisfatório, com ocorrências pontuais de ácaros e vaquinha. Essas infestações estão sendo controladas para evitar danos econômicos. A Emater/RS estima uma produtividade média de 1.572 kg/ha para esta safra.
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