RS: clima favorece conclusão do plantio do arroz e do feijão

12.12.2008 | 21:59 (UTC -3)

Apesar do atual quadro de estiagem, as culturas do arroz e do feijão estão com o plantio tecnicamente concluído no Rio Grande do Sul. As altas temperatuas e as poucas e esparsas chuvas observadas neste segundo período de dezembro ameaçam o desenvolvimento das demais culturas de verão. De acordo com o Informativo Conjuntural da Emater/RS-Ascar, a região mais afetada no atual quadro de estiagem localiza-se no quadrante oeste-noroeste, onde, em alguns municípios, não chove forte há mais de 30 dias. No momento, as culturas mais vulneráveis frente ao quadro de deficiência hídrica são o feijão e o milho, pelo elevado percentual de lavouras em floração e formação de grãos.

Ainda nessa região, pastagens e olerícolas cultivadas a céu aberto e com sistema de irrigação deficiente também começam a ter sua produção afetada.

Entre as culturas em desenvolvimento, o arroz é a que se encontra em melhor situação. Isso se deve ao bom volume de água armazenado nas barragens e ao nível dos arroios e rios, ainda considerado dentro da normalidade nas principais regiões produtoras. As recentes chuvas foram benéficas para recuperar a umidade no solo e permitir a conclusão do plantio.

O plantio da 1ª safra de feijão no Estado também foi finalizado. A lavoura mantém sua evolução, com cerca de 9% da área colhida, apresentando boa qualidade e produtividade. Se o déficit hídrico se mantiver, as áreas que estão nas fases de maior necessidade hídrica para seu bom desenvolvimento (cerca de 27% em floração e 31% em enchimento de grãos) poderão ter sua produtividade e produção final afetadas.

Além do feijão, o milho se encontra em vulnerabilidade face à estiagem que ocorre em parte do território gaúcho. Nas regiões mais afetadas, as lavouras em floração e formação das espigas indicam tendência de diminuição da produtividade média esperada, na ordem 10% a 20% nas regiões Norte e Noroeste. Nas demais, a tendência ainda é de manutenção das previsões iniciais.

Para a soja, as recentes chuvas serviram para amenizar a falta de umidade no solo e propiciar o avanço do plantio, que hoje atinge 78% das áreas previstas, considerado aquém da média histórica. Em regiões afetadas pela deficiência hídrica, como o Noroeste Colonial e Missões, alguns produtores temem não concluir a semeadura da soja em tempo hábil. Talvez tenham que ultrapassar o período preferencial, que, para algumas regiões, vai até o próximo dia 20. O desenvolvimento das lavouras já semeadas é irregular, variando conforme a umidade no solo.

A safra 2008 de trigo está totalmente colhida. As lavouras colhidas nos últimos dias de novembro e início de dezembro melhoraram bastante as médias de rendimento e em qualidade. Na próxima semana, a Emater/RS-Ascar deverá divulgar seus números finais da safra 2008. Se a produção ficar próxima da estimada inicialmente, o mesmo não deverá acontecer com o preço pensado pelos produtores no início da safra. O preço atual da saca de 60kg é de R$ 23,42, quando há um ano era de R$ 27,07 (+13,48%).

Hortigranjeiros e frutas

Alho – É intensa a colheita das cultivares tardias de alho na região da Serra, com a qualidade dos bulbos surpreendendo de forma positiva. O rendimento físico, a sanidade, a firmeza e o calibre dos bulbos estão prometendo uma boa safra.

Caqui – Demonstrando brotação vigorosa e ótima sanidade, as plantas se encontram em final de florescimento e pegamento de frutos. Nos locais de clima mais quente, elas já estão em pleno desenvolvimento. A variedade Fuyu foi a mais afetada pelos frios de setembro e chuvas de outubro. Por sua vez, a Kioto deverá ter um rendimento dentro da média.

Pequenas Frutas – Os pomares localizados na região da Serra Gaúcha se encontram em bom estado geral, com boa sanidade e reduzido ataque de pragas. No Mirtilo está se iniciando a colheita, enquanto que a Amora e Framboesa encontram-se no pico de colheita e oferta. Os preços médios do quilo em nível de propriedade estão de R$ 13,00 para o Mirtilo fruta fresca, de R$ 6,00 para a Framboesa indústria e de R$ 9,00 para a fruta fresca. A Amora Preta tem alcançado os valores de R$ 2,75 para a fruta fresca e de R$ 1,00 para a indústria.

Adriane Bertoglio Rodrigues

Emater/RS-Ascar

51-2125-3104

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