Roberto Rodrigues fala em esperança para o agronegócio em evento do LIDE RS

26.09.2014 | 20:59 (UTC -3)

O ex-ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e Coordenador do Centro de Agronegócio da Fundação Getúlio Vargas, Roberto Rodrigues, palestrou em café da manhã promovido pelo do LIDE Rio Grande do Sul – Grupo de Líderes Empresariais, nesta sexta-feira (26). Na presença de empresários e representantes de entidades ligadas ao agronegócio, Rodrigues falou sobre as propostas dos três principais candidatos à Presidência da República e as expectativas para o setor nos próximos anos.

Segundo, que também é presidente do Lide Agronegócio, nestas eleições existe uma pró-atividade dos presidenciáveis em relação ao agronegócio. “Em 50 anos de carreira, esta é a primeira vez que os principais candidatos procuram as entidades da área em busca de ideias para seus programas de governo. Não há otimismo para o setor, mas existe a esperança de que o próximo governo tenha uma atitude estratégica. Todos os candidatos mostraram interesse em promover o agronegócio como a principal locomotiva do País”, afirma.

Durante o evento, Rodrigues disse que Aécio Neves, Dilma Rousseff e Marina Silva receberam um documento, elaborado por cientistas, com propostas para o setor baseadas em cinco premissas: sustentabilidade, competitividade, orientação ao mercado, segurança jurídica e governança. Conforme ele, a ingerência do Ministério da Agricultura é um dos principais entraves ao desenvolvimento do setor. “Uma dúzia de ministério, autarquias e agências atuam de forma desalinhada à agricultura. Não há uma estratégia conjunta e por isso a governança é um dos pontos fundamentais desse material que desenvolvemos”, esclarece.

O evento, realizado no Sheraton Hotel, foi comandado pelo presidente do LIDE RS, Gustavo Ene, que lamentou a falta de uma política comercial externa mais agressiva do atual governo. “Parece que estamos de costas para o mundo, com uma estratégia de relação apenas com países menores”, disse. Rodrigues complementou, afirmando que a política comercial brasileira é despreparada. “Atualmente, 40% do comércio mundial de alimentos se dá no âmbito de acordos bilaterais e o Brasil não tem nenhum pacto com outros países. Precisamos agir, do contrário vamos perder mercado”, disse.

A importância de rever essa política também está relacionada à necessidade de crescimento da oferta de alimentos, segundo o ex-ministro. “A Organização para a Cooperação Econômica e Desenvolvimento (OCDE) afirma que até 2020, a produção de alimentos precisa crescer 20%. Parece trivial, mas em 10 anos, a produção da União Europeia tem potencial para aumentar 4%, Estados Unidos e Canadá, em torno de 12%, e o Brasil, 40%. É um desafio que vem de fora para dentro. O mundo nos olha com esperança e mais do que isso, precisando de nós. Agora, a nossa expectativa é de que o governo olhe de frente para o agronegócio” finalizou o especialista, que atualmente é embaixador especial da FAO para o Cooperativismo.

O LIDE RS congrega empresas com faturamento individual superior a R$ 100 milhões ou líderes em seus segmentos. Criado em Porto Alegre há cinco anos, o LIDE RS, braço do LIDE na região Sul do Brasil e o maior capítulo nacional fora de São Paulo, conta com 65 integrantes. Em todo o Brasil, o LIDE, capitaneado por João Doria Júnior, reúne entre seus membros 51% do PIB nacional. São mais de 1,6 mil empresas filiadas ao Grupo, entre 10 estados brasileiros e 10 países no mundo.

Compartilhar

Newsletter Cultivar

Receba por e-mail as últimas notícias sobre agricultura

LS Tractor Fevereiro