RIPA participa de workshop sobre etanol em São Carlos/SP

28.11.2008 | 21:59 (UTC -3)

A cana-de-açúcar, matéria-prima do etanol, um redutor do risco de crise energética e a segunda maior matriz energética do país, responsável por 16% da energia gerada no Brasil, foi tema do Workshop Instrumentação e Automação Agrícola e Agroindustrial na Cadeia Cana-Etanol no dia 28/11 na Embrapa Instrumentação Agropecuária, em São Carlos/SP, que foi coordenado pelo pesquisador da Embrapa Instrumentação Agropecuária Ladislau Martin Neto.

O objetivo do workshop foi discutir desafios e perspectivas da produção de cana e etanol para elaborar políticas públicas para o setor. Estiveram reunidos pesquisadores de instituições públicas e privadas para o fortalecimento de pesquisas no setor sucroalcooleiro brasileiro. O coordenador do Projeto de Pesquisa em Políticas Públicas (PPPP) da Cadeia Cana-Etanol, o pesquisador da Feagri/Unicamp, Luís Augusto Barbosa Cortez, afirma que o objetivo do projeto, da FAPESP, é identificar a necessidade de pesquisa na área de cana-de-açúcar.

A RIPA se fez presente no evento e contou com a participação de membros de seu comitê gestor, entre eles o pesquisador da Embrapa Instrumentação Agropecuária e coordenador executivo da RIPA, Paulo Estevão Cruvinel.

O presidente da Embrapa, Silvio Crestana, disse, durante a abertura do evento, que o atual debate mundial sobre agricultura não poderá se expandir sem a ciência. E destacou que as cidades estão se reunindo em torno do etanol e do biodiesel e gerando oportunidades. "Há um grande potencial em se ver a cana não só como açúcar, mas como energia. A palha e bagaço para a geração de biomassa vão aumentar a eficiência energética da cana". A ciência também é a resposta para salvar a laranja. O presidente disse que se a ciência não encontrar uma solução em médio e longo prazo para a citricultura, ela vai acabar devido às doenças.

Os indicadores ambientais, econômicos e sociais de sustentabilidade vão determinar a certificação de produtos para atender o mercado externo, daí a necessidade de se obter diretrizes para as políticas públicas no setor. "A sustentabilidade é um grande desafio da ciência e da cana-de-açúcar para atender o mercado mundial do etanol vamos precisar de algo próximo à certificação".

O presidente da Embrapa lembrou que durante a Conferência Internacional de Biocombustíveis ocorrida na semana passada, promovida pelo governo federal, estavam presentes 100 delegações internacionais, das quais metade delas dirigidas por ministros de ciências, no momento em que a comunidade européia propõe o marco de regulação para substituir a gasolina até 2020. "O Brasil está sob a mira desses países uma vez que a comunidade européia toma essa decisão importante de estabelecer metas para a substituição da gasolina pelo o etanol, decisão que já foi tomada pelos Estados Unidos."

"A crise pode atrasar o fato do etanol se tornar uma commodity mundial, mas com o novo presidente dos EUA e com a decisão da Europa, as mudanças climáticas, e a necessidade de energia vão continuar. É uma questão de tempo, uma vez que todas as avaliações e diagnósticos internacionais apontam que até 2020 ou 2030 o motor dos automóveis ainda será a combustão, depois disso poderá ser movido à bateria ou a hidrogênio. Como ainda vai precisar de combustível líquido, o menos poluente, mais correto do ponto de vista ecológico e social será o etanol, mesmo havendo muito o que fazer sobre isso."

A cerca da polêmica entre Ribeirão Preto e São Carlos a cerca da realização da exposição agropecuária a partir de 2010, Crestana lembra que a Embrapa está entusiasmada com a iniciativa do governador do Estado em criar um Pólo Tecnológico em Ribeirão Preto e poder participar dela, bem como da proposta da formação do Centro de cana-de-açúcar do Instituto Agronômico de Campinas (IAC). "A Embrapa se dispõe a participar dessas parcerias em qualquer município do Brasil. Entendo que existe uma discussão da ABIMAQ com as prefeituras dos dois municípios sobre isso, mas a Embrapa está envolvida nisso ao disponibilizar uma área para a construção da Cidade da Bioenergia, que não é necessariamente a realização da Agrishow."

Na abertura do evento, o prefeito Newton Lima lembrou na que a Cidade da Bioenergia será inaugurada em São Carlos em abril de 2010.

A equipe do projeto de políticas públicas em etanol da FAPESP é composta pela Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA) no papel de instituição parceira e pelo Centro de Tecnologia Canavieira (CTC), Embrapa, Escola de Engenharia de Lorena/USP, Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), UFSCar, UNESP, Unicamp e USP. A atuação compreende atividades de diagnóstico, análise, prospecção, desenvolvimento de indicadores e medidores de desempenho, elaboração de propostas de melhoria, mudança e ou inovação e disseminação do conhecimento.

Painéis do workshop:

Biorefinaria virtual - ferramenta para avaliação da sustentabilidade de diferentes propostas para uma biorefinaria e do estágio de desenvolvimento de novas tecnologias, coordenado pelo pesquisador da Escola de Engenharia de São Carlos/USP, Paulo Seleghin Junior;

Etanol de 2ª geração - desafios para a instrumentação e automação, sob a coordenação do chefe-geral da Embrapa Instrumentação Agropecuária, Álvaro Macedo;

Agricultura de precisão em cana-de-açúcar, conduzido pelo coordenador do Projeto de Pesquisa em Políticas Públicas (PPPP) da Cadeia Cana-Etanol, o pesquisador da Feagri/Unicamp, Luís Augusto Barbosa Cortez;

Logística na produção de cana-etanol, sob a responsabilidade do pesquisador da Escola de Engenharia de São Carlos/USP, Arthur J. V. Porto.

Roberta Salgado G. da Silva

RIPA

(16) 3373 8016

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