Estímulos mecânicos podem melhorar defesa das plantas contra pragas e doenças
O foco foi entender como diferentes tamanhos de gotas influenciam o crescimento e a resistência das plantas a "Helicoverpa armigera" e a "Botrytis cinerea"
A resistência induzida (RI) tem se mostrado alternativa sustentável para proteger as culturas agrícolas contra pragas e doenças. É o que defendem alguns cientistas. Embora já reconhecida como uma ferramenta valiosa, sua adoção generalizada permanece limitada quando comparada a outros métodos de controle, como pesticidas e genes de resistência única.
Pesticidas têm sido essenciais para a produção agrícola em larga escala. Todavia, pragas evoluem rapidamente, tornando-se resistentes às soluções tradicionais. Para superar esses desafios, cientistas têm estudado a resistência induzida como uma forma de preparar as plantas para futuras ameaças, fortalecendo sua capacidade natural de defesa. Estudo liderado pela professora Brigitte Mauch-Mani, da Universidade de Neuchâtel, aponta que essa técnica pode ser uma peça-chave em uma abordagem integrada de proteção de cultivos.
A resistência induzida assemelha-se a uma vacinação para plantas. Exposta a um estresse inicial, a planta ativa parcialmente suas defesas. Quando enfrenta uma nova ameaça semelhante, essas defesas são reativadas. Esse método pode proteger contra diversos patógenos e pragas ao mesmo tempo. A defesa primária, a forma mais conhecida de resistência induzida, pode até ser transmitida para a próxima geração de plantas, o que sugere a participação de mecanismos epigenéticos.
Contudo, a resistência induzida não oferece proteção completa. Precisa ser combinada com outras estratégias, como o uso de inimigos naturais das pragas. Além disso, deve-se ajustar a aplicação da técnica para evitar que a planta gaste recursos excessivos em defesa, prejudicando seu crescimento.
A implementação de resistência induzida vai além de apenas afastar pragas. Compostos defensivos produzidos pelas plantas podem melhorar a qualidade nutricional dos alimentos. Isso sugere o uso dessa técnica para beneficiar a saúde humana. Como é mais rápida que os métodos tradicionais de melhoramento genético, a resistência induzida também pode ser uma solução eficaz para adaptação às mudanças climáticas, oferecendo proteção de amplo espectro contra pragas.
A pesquisa sugere que, quando combinada com o manejo integrado de pragas, a resistência induzida poderia minimizar o uso de pesticidas. Todavia, há necessidade de mais pesquisa sobre como essa técnica funciona em condições menos controladas. E como desenvolver métodos para sua implementação em larga escala. Além disso, o estudo aponta a importância de padrões de qualidade que protejam tanto os produtores quanto os consumidores.
Mais informações podem ser obtidas em doi.org/10.3389/fsci.2024.1407410
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