Representantes buscam liberação de adubo de couro

16.12.2009 | 21:59 (UTC -3)

O pesquisador doutor em Ciência do Solo da Fundação Estadual de Pesquisa Agropecuária (Fepagro), André Abichequer, participou, no último dia 11 de dezembro, de audiência com o ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, em Brasília. O encontro teve como objetivo solicitar a liberação para uso de adubo orgânico de resíduos de couro em solo brasileiro.

Abichequer coordena uma pesquisa, com adubo produzido pela empresa JGB Equipamentos de Segurança SA, de avaliação da eficiência agronômica do adubo como fonte de nitrogênio e sua adequação ambiental com relação ao cromo. Utilizado na Itália, desde 1964, o adubo de couro ainda não pode ser comercializado no Brasil, necessitando da comprovação da eficiência agronômica e liberação ambiental do produto pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA).

Na ocasião, o ministro manifestou interesse no produto como nova fonte de nitrogênio e aguarda as análises da área técnica para uma possível liberação. Participaram da audiência José Geraldo Brasil, presidente da empresa JGB; Francisco Signor, superintendente do Ministério da Agricultura do RS e Fernando Campani, representante da empresa Agroambiental.

Pesquisa desenvolvida na Fepagro

O pesquisador André Dabdab Abichequer realizou uma pesquisa com o aproveitamento de resíduos para produção de adubo. A pesquisa, realizada no Laboratório de Química Agrícola e unidade de Pesquisa de Viamão, analisou a eficiência agronômica do fertilizante e adequação ambiental, num projeto desenvolvido com a empresa JGB. O trabalho irá beneficiar toda cadeia coureiro–calçadista do Estado.

Abichequer revela que o rendimento do milho fertilizado com adubo orgânico de resíduo de couro como fonte de nitrogênio é similar aos adubos nitrogenados vendidos no mercado. Os dados preliminares também mostram que a quantidade de cromo presente nos grãos de milho não é prejudicial à saúde e ao meio ambiente. Segundo ele, entre os resultados obtidos, pode-se constatar que o rendimento dos grãos de milho é igual a outros adubos a base de nitrogênio. Como o couro é rico em proteína, contendo 12% de nitrogênio e 2,6% de enxofre, precisa ser suplementado com fósforo e potássio.

“O problema do resíduo será resolvido e, ao mesmo tempo, haverá uma economia com o custo do fertilizante à base de nitrogênio, que acompanha as flutuações do preço do petróleo", explica. "O fertilizante tem um teor de nitrogênio superior à maioria dos adubos orgânicos", conclui o pesquisador.

Gislaine Freitas

Fundação Estadual de Pesquisa Agropecuária - Fepagro (RS)

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