Geadas preocupam produtores de trigo no Rio Grande do Sul
Apesar disso, o aspecto visual das lavouras é considerado bom, assim como a perspectiva de produtividade
Com o objetivo de auxiliar os produtores rurais do Rio Grande do Sul a otimizar suas práticas agrícolas e elevar a produtividade de suas lavouras, a Rede Técnica Cooperativa e a Cooperativa Central Gaúcha Ltda. (CCGL) vão lançar, durante a Expointer 2024, o Guia para Recomendação de Calagem e Adubação RTC. A cerimônia de lançamento ocorrerá no dia 29 de agosto, na Casa da CCGL, no Parque de Exposições Assis Brasil.
O guia reúne informações importantes para o manejo da fertilidade do solo nas culturas de soja, milho, trigo e milho silagem, e é fruto de um esforço colaborativo de diversas cooperativas do RS através da RTC. Organizado pelo pesquisador Jackson E. Fiorin, da CCGL/RTC, o documento foi concebido com foco em oferecer aos produtores uma ferramenta prática e eficiente para alcançar as metas de produtividade.
A motivação para criação do guia, segundo Fiorin, foi a necessidade de redefinir as abordagens tradicionais de calagem e adubação, colocando a produtividade das culturas e a fertilidade do solo como pilares centrais. De acordo com ele, o Guia para Recomendação de Calagem e Adubação RTC está pautado sob o pilar da produtividade das culturas e em como a fertilidade do solo poderá ser um dos vetores para o alcance dos objetivos delineados pelo produtor.
“Nesta nova forma de abordagem, o guia difere da visão tradicional, pois define o potencial de retorno técnico que a construção da fertilidade do solo pode representar. O propósito é compartilhar com todos os interessados, os caminhos encontrados pelas cooperativas, sob a ótica das necessidades químicas do solo, para a obtenção das metas de produtividade,bem como da necessidade de novos olhares frente ao atual manejo, genética e produtividades obtidas nos sistemas produtivos atuais", explica.
O guia é fundamentado em uma vasta base de dados, composta por indicadores de fertilidade do solo e produtividade das culturas, coletados tanto em áreas experimentais quanto em propriedades rurais. Essas informações permitiram a definição de critérios desejáveis para cada faixa de produtividade, traduzida em metas quantitativas.
Além disso, as áreas técnicas das cooperativas desempenharam um papel crucial, contribuindo com dados, revisão e validação dos indicadores, garantindo que o guia seja uma ferramenta ajustada às diferentes realidades do Rio Grande do Sul.
Fiorin também destaca a importância de uma análise precisa do solo, levando em consideração sua variabilidade e as necessidades específicas de cada lavoura. "Uma vez definidas as metas de produtividade desejáveis que o produtor se desafia a produzir, a tomada de decisão em relação às necessidades químicas do solo que a recomendação de calagem e adubação deverá preconizar será definida com base na análise do solo. Nesse sentido, um diagnóstico preciso deverá contemplar uma amostragem de solo que represente a realidade de cada lavoura. Quando disponível, sugere-se uma amostragem georreferenciada (agricultura de precisão), sistemática em grades amostrais ou dirigida (zonas de manejo) e a posterior intervenção a taxa variável. Acredita-se que, dessa forma, poderá se obter uma maior eficiência em captar a variabilidade dos solos e sua fertilidade, bem como tornar as recomendações de calagem e adubação propostas mais efetivas", afirma o pesquisador.
A relevância econômica do guia também é enfatizada, especialmente em relação ao diagnóstico de acidez do solo e a necessidade de aplicação de fósforo e potássio. "Estudos relacionados à situação da acidez do solo no período de 2018 a 2022 constataram que 83,2% das lavouras apresentam probabilidade de resposta à prática da calagem. O diagnóstico dos teores de fósforo e potássio, no mesmo período, revela que 42,7% e 47,1% das lavouras necessitam atenção especial e de maiores doses com fósforo e potássio, respectivamente", observa Fiorin.
O Gerente de Pesquisa da RTC/CCGL, Geomar Corassa, ressalta que o guia é dedicado a todos os produtores rurais gaúchos, e destaca a nova abordagem do documento. “Trata-se de uma nova maneira de olhar para as recomendações de fertilidade do solo, considerando a produtividade quantitativa desejada. Assim, o produtor poderá manejar a qualidade química do solo, considerando aquilo que ele deseja alcançar em termos de patamares produtivos”, explica ele.
“Sabemos que cenários econômicos são variáveis, assim como o preço dos fertilizantes, corretivos e de commodities. Entendemos juntamente com as cooperativas que a decisão sobre um determinado investimento, objetivando buscar produtividades superiores, deverá competir ao produtor rural. Pautamos o guia na viabilidade técnica, deixando a análise econômica a critério do produtor, para que ele possa analisar cada situação em particular”, acrescenta
Corassa também afirma que, diante dos frequentes avanços tecnológicos, o conhecimento adicionado ao guia não será estático. Assim como a ciência, que, de acordo com ele, “ imprime dinamismo com o passar dos anos”. O gerente finaliza acrescentando que, a cada nova oportunidade de melhoria ou refinamento das recomendações, novas versões poderão ser lançadas.
Integram a Rede Técnica Cooperativa (RTC), as cooperativas Cotrijal, Coopermil, Caal. Cotriel, Coopatrigo, Cotribá,Cotrisul, Cotripal, Cotrisel, Santa Clara, Coasa, Cotrirosa, Cotrijuc, Cotricampo, Comtul, Camnpal, Cotrisal, Cotrimaio, Cotrisoja, Cooperoque, Cotrisa, Coopibi, Coagrijal, Cotapel, Agropan, Cotrel, Cotrifred, Coagril e Cocpell.
Receba por e-mail as últimas notícias sobre agricultura
Receba por e-mail as últimas notícias sobre agricultura