Controle da cigarrinha do milho envolve ações de monitoramento e manejo integrado
É necessária não uma, mas uma série de ações como monitoramento, manejo integrado e uso correto de defensivos, para lidar com a praga
A primeira colheita do experimento de café do projeto “Seleção de clones de Coffea canephora para o Estado do Amazonas” foi realizada nesta segunda-feira, 17 de maio, na fazenda da Universidade Federal do Amazonas (Ufam). O projeto está sendo desenvolvido por meio de uma parceria da Universidade, Embrapa Rondônia e Embrapa Amazônia Ocidental e objetiva avaliar três ensaios de clones da cultura no estado do Amazonas, nos municípios de Manaus, Itacoatiara e Humaitá e selecionar as plantas (clones) superiores para o plantio.
A pesquisa também visa difundir a cultura do café entre os agricultores da região e transferir conhecimentos em cafeicultura. Durante o evento, que contou com a presença do chefe-geral da Embrapa Amazônia Ocidental, pesquisador Everton Rabelo Cordeiro, do reitor da Ufam, professor Sylvio Puga e representantes de instituições públicas, os pesquisadores que desenvolvem os experimentos destacaram os aspectos da cultura e da colheita.
A coordenadora do projeto, professora da Ufam, Maria Teresa Lopes, explicou que até o presente momento, dois anos após a execução do projeto, foram transferidos conhecimentos sobre a instalação da cultura do cafeeiro e sua condução para agricultores interessados em produzir café. “Hoje existem no Amazonas mais profissionais dentro da Ufam (Manaus, Itacoatiara e Humaitá) e Embrapa Amazônia Ocidental que vivenciaram o desenvolvimento da cultura e que são capazes de apoiar a expansão da cafeicultura no Amazonas. Com o resultado da colheita já teremos a informação sobre a adaptação e avaliação dos clones no ambiente do Amazonas’’, explica.
O pesquisador da Embrapa Amazônia Ocidental, Edson Barcelos, que também atua no projeto de pesquisa para cafeicultura no Amazonas, fez um breve relato a respeito do primeiro experimento com clones de café, implantado em 2015 pela Embrapa no município de Silves. Segundo ele, o material avaliado tem demonstrado resultados impressionantes, por que não se pensava em produzir café com solos em um clima desfavorável como o do Amazonas.
Ele destacou que o café é uma cultura muito apropriada para a agricultura familiar, por existir potencial de mercado e os agricultores poderem aproveitar áreas já desmatadas existentes no estado, para produzir e gerar renda. “Estamos querendo entregar à sociedade do Amazonas uma opção de produção sustentável de café de qualidade para atender inicialmente a nossa demanda interna”. Salientou que o café plantado tem por característica ser muito forte e tem por finalidade fazer cafeína industrial.
As mudas do café Coffea canephora, que estão sendo plantados são clones produzidos pela Embrapa Rondônia a partir de galhos de outra planta, por meio de estaquia e não por sementes. Em 2012, a Embrapa lançou uma variedade chamada BRS Ouro Preto e em 2019, foram lançadas mais 10 variedades. O material que veio para os testes no Amazonas reúne parte dos materiais da primeira variedade (BRS Ouro Preto) e mais os 10 novos materiais produzidos recentemente.
A Embrapa Rondônia trabalha com desenvolvimento de cultivares, mas também na área de manejo (poda, espaçamento, produção de mudas), técnicas de colheita e pós-colheita para a melhoria da qualidade da bebida e controle de pragas e doenças. São mais de 40 anos trabalhando e participando ativamente do processo de desenvolvimento do café na região. Todas as informações estão sendo repassadas aos pesquisadores do Amazonas.
De acordo com o engenheiro agrônomo da Ufam e um dos responsáveis pelo café produzido em Manaus, Hugo Tadeu, o ineditismo do Projeto está em realizar uma competição de clones, simultaneamente, em unidades de pesquisa de várias regiões do estado. “Nós colocamos 15 clones de café, testando a adaptabilidade e produtividade, em diferentes regiões do Amazonas. Na Fazenda Experimental há cerca de 2500 metros quadrados de plantação, com 640 mudas e a colheita será feita de forma escalonada já que há um diferencial de tempo de maturação. Nós objetivamos qualidade e a nossa ideia é colher frutos selecionados. Os grãos, depois de colhido, servirão para avaliar a adaptabilidade e produtividade dos diferentes clones”, explicou.
Presente ao evento, a engenheira agrônoma Ana Cecília Nina Lobato, da Gerência de Produção Vegetal do Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Florestal do Amazonas (Idam), informou que o Governo do Estado está empenhado no estabelecimento do café na região. Segundo ela, há 13 municípios que estão contemplados com o Projeto Prioritário no qual serão construídos viveiros, haverá a implantação de 200 hectares de café no interior do Estado e será construído um centro de capacitação para os agricultores para que possam acompanhar o estágio de desenvolvimento do café e com isso se estabelecer a cultura do café com o manejo adequado e com as técnicas aplicadas.
Também estiveram presentes no evento os representantes da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa), Fábio Calderaro; da Agênica de Fomento do Estado (Afeam), Rosalva Martins; da Secretaria de Produção Rural, Heitor Liberato Junior, professores e estudantes da Ufam e todos seguiram as normas de segurança usando máscaras e distanciamento social, como determina as normas de segurança contra a disseminação da Covid-19.
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