Previsão de La Niña exige cautela dos produtores rurais do Rio Grande do Sul

Boletim trimestral do Copaaergs prevê chuvas abaixo da média entre novembro e dezembro, com aumento de riscos climáticos como geada tardia, granizo e ondas de calor

25.09.2024 | 08:24 (UTC -3)
Revista Cultivar, a partir de informações da Secretaria da Agricultura RS

O Rio Grande do Sul deve enfrentar um La Niña de fraca intensidade nos próximos meses. O fenômeno trará chuvas ligeiramente abaixo da média histórica, de acordo com o Boletim trimestral do Conselho Permanente de Agrometeorologia Aplicada do Estado (Copaaergs). A previsão para os meses de outubro, novembro e dezembro foi divulgada pela Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi). O documento alerta produtores rurais sobre os impactos climáticos e oferece orientações técnicas.

A previsão aponta que, apesar das chuvas abaixo da média no trimestre, outubro pode registrar precipitações acima do normal, especialmente na metade norte do estado. Neste período, o risco de geada tardia e granizo aumenta. Já novembro e dezembro tendem a ser marcados por chuvas escassas e temperaturas elevadas, com a possibilidade de ondas de calor.

Impactos nas culturas de outono-inverno

Para as culturas de outono-inverno produtoras de grãos, os especialistas sugerem o monitoramento contínuo da incidência de doenças e pragas. Como outubro pode registrar chuvas acima da média, a recomendação é estar atento à previsão do tempo e se preparar para a colheita assim que os grãos atingirem o ponto de maturação.

Atenção especial ao arroz

Embora os reservatórios estejam próximos ao máximo de capacidade, o boletim reforça que os produtores de arroz devem manter o monitoramento da captação e armazenamento de água. A orientação é escalar a semeadura das variedades de ciclo longo primeiro, seguidas pelas de ciclo médio e precoce, com atenção à profundidade da semeadura, especialmente em temperaturas baixas. Isso evita a redução no número de plantas e irregularidades no estabelecimento da cultura.

Desafios para as culturas de primavera-verão

As culturas de primavera-verão também exigem planejamento. A semeadura escalonada, usando genótipos de diferentes ciclos, é recomendada para minimizar possíveis perdas em função da baixa disponibilidade de água. Para o milho e feijão, a semeadura deve ser iniciada apenas quando o solo estiver acima de 16°C e com umidade adequada.

O manejo da irrigação é apontado como essencial, considerando o prognóstico de chuvas abaixo da média em novembro e dezembro. Para os cultivos de milho, a atenção deve ser redobrada no controle de pragas, especialmente a cigarrinha.

Orientações para hortaliças e fruticultura

Os produtores de hortaliças devem priorizar a irrigação pela manhã e monitorar o ambiente protegido de cultivo para evitar umidade excessiva, o que aumenta o risco de doenças. O boletim recomenda a produção de mudas em ambientes protegidos para garantir a qualidade.

Na fruticultura, a cobertura verde nos pomares é fundamental para evitar erosão. Com a previsão de chuvas abaixo da média nos últimos meses do ano, o manejo fitossanitário deve ser intensificado, com especial atenção a pragas como ácaros e moscas-das-frutas.

O uso de telas antigranizo e a contratação de seguro agrícola são sugeridos para proteger as safras de frutíferas, especialmente devido ao aumento do risco de granizo em outubro. O boletim também destaca a necessidade de medidas para descompactação dos solos em pomares de macieiras, onde houve intenso tráfego de máquinas na última safra.

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