Pecuária brasileira ainda tem muito o que evoluir em termos de produtividade, afirma zootecnista

14.09.2011 | 20:59 (UTC -3)
Altair Albuquerque

A taxa de desfrute da pecuária brasileira nunca foi tão elevada, alcançando a média de 22%. Motivo para comemoração? Não para o zootecnista Marcos Baruselli, da Tortuga. Em sua apresentação feita nesta 4ª feira, na Interconf 2011 – Conferência Internacional de Confinadores, que reúne cerca de 1.200 pecuaristas em Goiânia (GO), Baruselli disse que os números de desfrute (percentual do rebanho total que vai para o abate anualmente) são apenas razoáveis e que países vizinhos, como Argentina e Uruguai, têm taxas superiores a 30%.

“O uso intensivo de tecnologia, seja na genética, nutrição e gestão, é a resposta para o avanço da pecuária brasileira nos níveis dos países mais avançados na atividade”, disse Marcos Baruselli.

O especialista deu outro exemplo importante do longo caminho que o Brasil ainda tem a seguir para produzir carne bovina com mais eficiência e qualidade. Em 2010, o Brasil só forneceu 8% das 5 mil toneladas da chamada Cota Hilton, programa de compra de carne de alta qualidade da União Europeia. Enquanto isso, Uruguai e Austrália cumpriram suas metas. A Argentina só não cumpriu sua cota pela restrição às exportações de carne definidas pelo governo em 2010.

Outro importante dado apresentado por Baruselli na Interconf diz respeito à equação de preços do boi gordo. “Se em 2010 a diferença entre a cotação da entressafra e da safra foi de 63% neste ano será de apenas 5%, o que reforça a necessidade de tocar a atividade com profissionalismo, de olho nos números e na gestão do negócio”, disse.

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