Manejo da mariposa-oriental na cultura do pessegueiro é tema de publicação da Embrapa

13.09.2011 | 20:59 (UTC -3)
Giovani Capra

A mariposa-oriental (também conhecida como broca-dos-ponteiros ou grafolita) é uma das pragas que mais danos causa à cultura do pessegueiro no país. No Rio Grande do Sul, particularmente, aparece nas principais regiões produtoras (a Serra Gaúcha, a região metropolitana de Porto Alegre e a Metade Sul). As perdas diretas nos frutos, no Estado, ficam entre 3% e 5% da produção, principalmente nas cultivares tardias, como a Chiripá e a Eragil, colhidas em janeiro.

Diante dos prejuízos provocados pelo inseto, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), em parceria com a Universidade Federal de Pelotas (UFPel) e a Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri), está lançando uma publicação que apresenta as principais inovações tecnológicas para controle da praga. Neste sentido, estão em destaque as armadilhas contendo feromônio sexual sintético para monitoramento, os novos inseticidas substitutos aos fosforados e piretróides e o uso de feromônios sexuais para controle.

A circular assinala que normalmente, para controle da grafolita, são realizadas aplicações de inseticidas programadas, ‘por calendário’, sistema que precisa ser urgentemente revisto, por uma série de motivos. Um deles é a possibilidade de aplicação quando a população do inseto ainda está abaixo do nível que carece de controle, resultando, assim, em desperdício de produtos e em contaminação ambiental desnecessária. Outro problema reside no fato de que os inseticidas mais usados na cultura, sobretudo os fosforados e piretróides, são de amplo espectro e eliminam também inimigos naturais das pragas (predadores e parasitóides), além de polinizadores, como as abelhas. Como consequência disso, é comum a necessidade de intervenções adicionais, visando ao controle de outras pragas, como ácaros e cochonilhas. “Além disso, cada vez mais o mercado requer frutas com qualidade e menor uso de agrotóxicos”, acrescenta o pesquisador da Embrapa Uva e Vinho Marcos Botton, um dos autores do trabalho.

Nesse contexto, na publicação reforça-se a importância de se realizar o monitoramento da praga, que auxilia na racionalização do controle químico, resultando em menor número de aplicações de inseticidas, reduzindo o impacto sobre o ambiente, o risco à saúde humana e o próprio custo de produção.

Também constam da circular, entre outros tópicos, orientações quanto ao uso racional do controle químico (considerando aspectos como o desenvolvimento de inseticidas mais seletivos aos inimigos naturais, além de apresentarem reduzida toxicidade a mamíferos) e de feromônios sexuais para controle. Em relação a esta tática, com a utilização das mesmas substâncias químicas empregadas no monitoramento, mas aplicadas em maiores quantidades nos pomares, evita-se o encontro entre os sexos – e a procriação, por óbvio.

A circular técnica “Bioecologia, monitoramento e controle da mariposa-oriental na cultura do pessegueiro no Rio Grande do Sul” está sendo disponibilizada exclusivamente em formato digital, gratuitamente. Para obtê-la, deve-se encaminhar solicitação para o e-mail

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Gustavo Fonseca Matos

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