Morre o pesquisador do Inpa, Wanderli Pedro Tadei

Wanderli era pesquisador titular e coordenador do Laboratório de Malária e Dengue do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA)

13.05.2021 | 20:59 (UTC -3)
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Morreu aos 73 anos de idade, o pesquisador titular e coordenador do Laboratório de Malária e Dengue do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), Wanderli Pedro Tadei. A causa da morte não foi divulgada. O pesquisador consolidou-se como referência em estudos dos vetores dessas endemias, da febre amarela e teve forte atuação em outras doenças com surtos mais recentes, como zika vírus e chikungunya.

Wanderli tinha graduação em Licenciatura em História Natural e mestrado e doutorado em Ciências Biológicas (Genética) pela Universidade de São Paulo (1974 e 1977). Atualmente atuava nos cursos de pós-graduação de Entomologia e Genética, Conservação e Biologia Evolutiva do INPA e de Bionorte da Universidade do Estado do Amazonas (UEA) e Biotecnologia da Universidade Federal do Amazonas (UFAM).

Em nota, a Sociedade Entomológica do Brasil lamentou o falecimento do pesquisador Wanderli Pedro Tadei. Confira o comunicado: 

O pesquisador titular Wanderli Pedro Tadei, de 73 anos, nos deixou na manhã desta terça-feira (11/05). Deixa sua marca em formação de pessoal em quase duas centenas de estudantes da iniciação científica ao pós-doutorado, nas pesquisas em que buscou soluções para problemas de saúde pública da Amazônia, no treinamento de agentes de endemias e na alegria de viver na Amazônia, lugar que escolheu para pertencer. Aqui dedicou-se à ciência por inteiro, fez amigos e no Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPA construiu uma família.

Dr. Tadei, como era conhecido, veio pesquisar a Amazônia em 1979, a convite do então diretor do Inpa Warwick Kerr. Entrou para os quadros do Instituto em 1983, de onde construiu pontes para redes de colaboradores e parceiros em vários grupos e órgãos de saúde de estados e municípios do país. O pesquisador era chefe do Laboratório de Malária e Dengue, e na sua trajetória consolidou-se com referência em estudos dos vetores dessas endemias, da febre amarela e teve forte atuação em outras doenças com surtos mais recentes, como zika vírus e chikungunya.

Tinha experiência em bioecologia de anofelinos e de Aedes aegypti, eficácia de superfícies impregnadas com inseticidas no controle desses mosquitos, dinâmica da transmissão do vetor, nanocompósitos e biotecnologia. Em parceria com pesquisadores e estudantes, desenvolveu a solução cravo-da-índia como medida de controle domiciliar da dengue e a mistura cal e cloro usada em canteiros de obras para matar larvas do mosquito Aedes aegypti.

Suas contribuições foram reconhecidas em mais de uma dezena de prêmios e homenagens ao longo da vida, como a Menção Honrosa Rio Negro do INPA (2007), Prêmio Ney Bahaiense de Lacerda da Fundação de Vigilância e Saúde (2007), Medalha Ordem do Mérito Legislativo do Amazonas - Contribuição em C&T na Amazônia, Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas (2004), Contribuição na Implantação do Centro de Pesquisas Leônidas e Maria Deane, Fundação Oswaldo Cruz (2000), Membro ativo da New York Academy of Science, Academy of Science of New York (1999).

Tinha Licenciatura em História Natural e mestrado e doutorado em Ciências Biológicas (Genética) pela Universidade de São Paulo (1974 e 1977). Atuava nos cursos de pós-graduação de Entomologia e Genética, Conservação e Biologia Evolutiva do INPA e de Bionorte da Universidade do Estado do Amazonas (UEA) e Biotecnologia da Universidade Federal do Amazonas (UFAM).

Ocupou vários cargos no INPA junto à gestão do Instituto, (Chefia de departamento), coordenador e diretor substituto de 2006 a 2011.

A ciência perde um grande entomologista da área médica, descanse em paz e obrigado pelas contribuições. Nossos sentimentos a família e aos amigos.

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