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Entrou em operação na última terça-feira (11/05) o Alerta Geada, serviço que o Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná-Iapar-Emater (IDR-Paraná) e o Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná (Simepar) oferecem de maio a setembro com o objetivo de auxiliar os produtores a adotarem técnicas para proteção de cafezais.
O serviço é destinado prioritariamente à proteção de lavouras com até dois anos de implantação. Durante o período de operação do sistema, os pesquisadores acompanham as condições meteorológicas na região cafeeira do Estado e publicam diariamente um boletim informativo.
Além do boletim diário, se houver aproximação de massas de ar frio com potencial de causar danos às lavouras de café, é emitido, e amplamente divulgado, um pré-alerta com 48 horas de antecedência. Caso as condições para formação de geadas persistam, um novo aviso, de ratificação, é expedido em até 24 horas antes da previsão de ocorrência do evento.
O boletim diário e os alertas de geada podem acompanhados no aplicativo IAPAR Clima, disponível gratuitamente na App Store e no Google Play e nas páginas www.idr.pr.gov.br e www.simepar.br.
Este é um ano em que o fenômeno La Niña está ativo. Essa situação, de acordo com a meteorologista Ângela Costa, do IDR-Paraná, costuma provocar diminuição no volume de chuvas, o que facilita o ingresso de massas de ar polar na região cafeeira do Estado. O fenômeno climático se caracteriza pela diminuição da temperatura da superfície das águas do Oceano Pacífico tropical central e oriental, o que gera reflexos nos padrões de chuva e temperatura em todo o planeta.
Para lavouras de café com idade entre seis e 24 meses, a recomendação é amontoar terra no tronco das árvores, até o primeiro par de folhas, já neste mês de maio, para proteger as gemas e evitar a morte da planta no caso de geada severa. Essa prática é chamada de “chegamento de terra” pelos cafeicultores e técnicos do setor.
Essa terra que protege os troncos dos cafeeiros deve ser mantida até o final do período frio, em meados de setembro, e então retirada preferencialmente com as mãos.
Em plantios novos, com até seis meses de idade, recomenda-se simplesmente enterrar as mudas quando houver emissão do Alerta Geada. Viveiros devem ser protegidos com várias camadas de cobertura plástica.
Nos dois últimos casos, lavouras novas e viveiros, a proteção deve ser retirada rapidamente, assim que a massa de ar frio se afastar e cessar o risco imediato de geada.
De acordo com o economista Paulo Sérgio Franzini, do Departamento de Economia Rural da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento, a área ocupada com lavouras de café no Paraná é de 35,2 mil hectares.
Desse total, 1.950 hectares são ocupados com lavouras de até dois anos — 550 com implantação ainda mais recente, até seis meses — e se beneficiam do Alerta Geada. Franzini explica que a implantação de um hectare de cafeeiros custa em torno de R$ 18 mil.
Para a proteção dos cafeeiros, o enterrio e o desenterrio de plantas com até seis meses custa em torno de R$ 1,6 mil. Nas lavouras maiores, o dispêndio para fazer o “chegamento de terra” e posterior limpeza dos troncos é de aproximadamente R$ 1,1 mil. “A aplicação das técnicas contra a geada é um custo que vale a pena, protege o patrimônio do cafeicultor”, avalia Franzini.
A maior parte das lavouras paranaenses é conduzida por pequenos produtores familiares. Em início de colheita, a expectativa é de que sejam colhidas entre 850 e 900 mil sacas de café beneficiado na atual safra.
De acordo com Franzini, espera-se uma quebra de aproximadamente 10% em relação à produção do ano passado, em razão da seca prolongada que atingiu as lavouras em 2020.
O Alerta Geada é uma realização do IDR-Paraná e do Simepar, com apoio da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento, Consórcio Pesquisa Café, prefeituras, cooperativas e associações de produtores.
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