Melhoramento genético dos citros e resistência a doenças em debate no Laboratório Nacional de Biociências

06.10.2010 | 20:59 (UTC -3)

As frutas cítricas são ricas em vitamina C e outros elementos nutricionais essenciais à saúde humana. Apesar disso, tanto a produção quanto o consumo global de suco de laranja tem registrado quedas recentes nas principais regiões produtoras, como EUA e Brasil, e no principal mercado consumidor, Europa. Além da competição com a crescente variedade de bebidas que o suco de laranja enfrenta no mercado internacional, a produção da laranja tem sido onerada em função de problemas fitossanitários. Doenças como o cancro cítrico, a clorose variegada dos citros e o greening ou HLB, representam as principais ameaças ao setor citrícola do país.

 

Especialistas acreditam que o aumento contínuo nos custos de produção e a rápida escalada na contaminação dos pomares pelo HLB, deverão reduzir ainda mais a oferta dos frutos nos dois principais eixos de produção, Flórida e São Paulo. As esperanças estão depositadas na ciência, que trabalha para obter resistência duradoura aos patógenos.

 

Mais de 80 pesquisadores e profissionais ligados à citricultura irão se reunir no Laboratório Nacional de Biociências, em Campinas-SP, nos dias 7 e 8 de outubro, para discutir as novidades nos métodos de transgenia e melhoramento dos citros visando resistência a doenças e estresse hídrico.

 

A atual condição da citricultura no Estado de São Paulo, que concentra a maior parte da produção nacional, e seus principais problemas é tema da apresentação de abertura, a cargo de Fábio Di Giorgi, diretor da área agrícola de citros da empresa Louis Dreyfus Commodities, líder mundial do agronegócio com unidades em todo o Brasil.

 

Pesquisadores da Espanha (Centro de Protección Vegetal y Biotecnologia), Argentina (Universidade Nacional de Rosário) e de várias instituições brasileiras com tradição em estudos com citros, como o Centro APTA Citros Sylvio Moreira, ligado ao IAC, Embrapa, Fundecitrus, USP-ESALQ, USP-CENA, IAPAR, abordarão, entre outros temas: engenharia genética de citros, qualidade do fruto e resistência a seca, vírus e bactérias.

 

Segundo o organizador do workshop, o pesquisador Celso Benedetti, do LNBio, a transgenia enfrenta dois gargalos metodológicos relevantes: a modificação genética de plantas lenhosas de longo período juvenil e a quebra de resistência quando plantas geneticamente modificadas deixam de expressar a característica de interesse ao longo do tempo.

 

Celso coordena pesquisas no LNBio sobre o desenvolvimento de plantas resistentes à Xanthomonas citri, agente causal do cancro cítrico, além de estudos de estrutura e função de proteínas associadas à interação planta-patógeno, projetos que recebem financiamento da FAPESP, CNPq e LNBio.

 

Fonte: Inbio

(19) 3512-1267

vivian@centrodecitricultura.br

Compartilhar

Newsletter Cultivar

Receba por e-mail as últimas notícias sobre agricultura

LS Tractor Fevereiro