MDA e Itaipu levam sustentabilidade para agricultura familiar paranaense

Política de desenvolvimento rural sustentável, implementada na região da bacia hidrográfica do Paraná 3 (BP3), incentiva o manejo sustentável dos recursos naturais mais preciosos para os agricultores familiares: a água e a terra. A política está contemplada em uma parceria entre o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) e a Itaipu Binacional e faz parte do programa Cultivando Água Boa, que garante acesso ao crédito e a Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater) para a região por meio do Pronaf Sustentável.

“As políticas de crédito e Ater do Pronaf Sustentável visam planejar, orientar e apoiar o melhor uso dos recursos naturais, especialmente o solo e a água, informando, orientando e capacitando os agricultores familiares e assentados da reforma agrária na aplicação da legislação ambiental” explica o Diretor de Financiamento e Proteção à Produção da Secretaria de Agricultura Familiar (SAF/MDA), João Luiz Guadagnin.

Composta por 29 municípios, a região da BP3 possui quase 26 mil propriedades rurais da agricultura familiar, representando cerca de 90% do total de estabelecimentos da bacia localizada no extremo oeste do estado. Entre eles, 21 municípios da região já foram ou estão sendo atendidos pelo Pronaf Sustentável. Atualmente, são atendidas 1.280 famílias dos municípios de Diamante D’Oeste, Foz do Iguaçu, Itaipulândia, Matelândia, Medianeira, Santa Teresinha de Itaipu e Ramilândia.

O programa avalia os alcances sociais e ambientais das políticas de apoio ao desenvolvimento rural e seus impactos no aumento da produtividade e da renda da propriedade, chamada de Unidade Familiar de Produção (UFP). “O programa parte da conservação e conscientização ambiental para ampliar a renda e a qualidade de vida daqueles que vivem da terra”, explica o delegado substituto do MDA no Paraná, José Leitão.

De acordo com o engenheiro agrônomo responsável pela política de Desenvolvimento Rural Sustentável da Itaipu Binacional, João José Passini, a parceria com o MDA é fruto de iniciativas das duas entidades que sempre dialogam entre si. Para o engenheiro isso contribui para que, com a devida orientação, mais políticas públicas cheguem ao agricultor familiar, como iniciativas que fomentam a comercialização. “Além do ponto forte, que é o Pronaf Sustentável, as ações em comum também envolvem atividades de incentivo ao turismo rural, a juventude rural e a agroindústria”, afirma Passini.

Antes de participar do programa, o agricultor familiar Délcio Correa, trabalhava fora da própria terra. “Já usei muito agrotóxico nessa época e percebia que não era bom para o solo, nem para a água”, conta. Hoje, ele e o filho cultivam hortaliças no sítio onde a família vive, em Santa Terezinha de Itaipu. As expectativas de comercialização incluem programas como o de Aquisição de Alimentos (PAA) e o Nacional de Alimentação Escolar (Pnae). “Tenho uma horta onde planto para vender para mercados e, no futuro, para a prefeitura”, comemora.