Lavouras de milho safrinha demandam cuidados em relação aos nematóides

29.11.2013 | 21:59 (UTC -3)
Assessoria de Imprensa

O milho safrinha, é uma cultura de segunda safra que, geralmente, sucede a soja. Em consequência, comumente são encontradas nas lavouras de milho safrinha os mesmos nematóides encontrados na cultura da soja, que são, em ordem decrescente de frequência de ocorrência: Pratylenchus brachyurus, Heterodera glycines, Meloidogyne javanica, M. incognita e Rotylenchulus reniformis. Porém, somente P. brachyurus, M. javanica e M. incognita colonizam as raízes de milho e ali se reproduzem. As demais colonizam raízes de soja voluntária ou sobrevivem por meio de estruturas de resistência.

O assunto foi destaque da palestra do professor da ESALQ/USP, de Piracicaba, Mário Massayuki Inomoto, durante a palestra realizada na tarde de quinta-feira, 28 de novembro, como parte das atividades do XII Seminário nacional de Milho Safrinha, que está acontecendo na UFGD. Em sua palestra intitulada "Manejo de nematóides em sistemas consorciados", Inomoto explicou que o milho é uma planta muito tolerante a nematóides, e, por isso, os sintomas da parte aérea são muito raros, o que é altamente positivo para o produtor de milho. "Porém, a tolerância do milho a esses nematóides apresenta um lado negativo: a presença dos nematóides normalmente passa despercebida durante a cultura do milho, mas se mostra de forma exuberante durante a cultura da soja", destacou o professor. Segundo ele, galhas são formadas na ponta das raízes, principalmente das raízes adventícias, em plantas infectadas por M. incognita; seguida de escurecimento e morte de raízes. Ele disse ainda que os nematóides podem causar amarelecimento e redução do tamanho das plantas, com produção de espigas sem valor.

"Para evitar perdas no milho é preciso controlar os nematóides e os alvos principais devem ser Pratylenchus brachyurus e P. zeae. O último, porém, não é comum em milho safrinha, pois não coloniza raízes de soja. Atualmente, a melhor estratégia de controle dos dois nematóides é o tratamento de sementes com nematicidas químicos ou biológicos", explicou Inomoto.

Finalmente, o professor da ESALQ/USP, destacou que atualmente, no Brasil, o milho sofre poucas perdas atribuíveis a nematóides. "No entanto, estudos sobre milho e nematóides são relevantes devido à influência do milho sobre a densidade de nematóides que causam perdas elevadas em outras culturas. Por não permitir a colonização e reprodução de Heterodera glycines e Rotylenchulus reniformis, a densidade de ambos os nematóides será reduzida pelo milho, com benefícios para a soja em uma sucessão soja-milho. Porém, com os nematoides Pratylenchus brachyurus e Meloidogyne incognita, a situação é inversa.

O professor salientou a que a detecção da presença de nematóides nas lavouras é importante e disse que isso pode ser realizada por meio de exames laboratoriais disponíveis em todo o Brasil. "Entretanto, é possível que o agricultor não solicite os exames pela razão de não observar sintomas na cultura do milho", destacou ele.

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