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O Dia do Auditor Fiscal Federal Agropecuário é comemorado em 30 de junho. Embora a carreira complete 23 anos de existência nesta sexta-feira, a atividade de defesa agropecuária ocorre há mais de 160 anos. De acordo com estudo da Fundação Getúlio Vargas (FGV-Agro), a atuação dos auditores contribuiu em 8,6% dos US$ 160 bilhões em exportações no ano de 2022, ou seja, US$ 13,7 bilhões. O valor alcançado está relacionado, por exemplo, à fiscalização de mercadorias em portos, aeroportos, zonas de fronteira, plantas de frigoríficos, agroindústrias e campos de produção, além de auditorias e certificações.
“Nossa atividade tem um impacto muito grande no agronegócio. Uma planta de frigorífico, para fazer o abate animal e exportar o produto, precisa de auditoria de um fiscal da nossa carreira. Sem essa atuação, uma produção inteira poderia deixar de ser vendida para outro país e isso afetaria a economia nacional”, explicou o presidente do Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais Federais Agropecuários, Anffa Sindical, Janus Pablo Macedo.
Em outras palavras, a doutora em Economia Aplicada e pesquisadora do FGV Agro, Talita Priscila Pinto, afirma que, se não houvesse a atividade de defesa agropecuária desses agentes, haveria redução no volume de exportações. “Se o trabalho dos auditores não existisse ou fosse paralisado por alguma razão, haveria uma perda de R$ 72,5 bilhões em exportações. É um número bastante significativo para a economia brasileira”, concluiu.
Para o presidente do Anffa Sindical, a carreira é uma das mais importantes do Estado, juntamente com os auditores estaduais, pois a atuação está ligada diretamente à segurança alimentar. “A agropecuária do Brasil alimenta mais de um bilhão de pessoas em todo o mundo, sem contar o mercado interno. Somos referência mundial no que diz respeito à defesa agropecuária, tanto que exportamos para mais de 200 países. Nossa missão é continuar com esse padrão de qualidade”, afirmou.
Ainda de acordo com o estudo do FGV Agro, a atuação dos auditores federais agropecuários traz efeitos ao mercado de trabalho formal. Se for levada em conta a área de exportações, os affas, como são conhecidos, contribuem diretamente para a criação ou manutenção de 108 mil empregos. Já na área de produção agropecuária, o número chega a 74,8 mil empregos indiretos.
Atualmente, 2,4 mil auditores trabalham para cobrir todo o território nacional. Além de fiscalizações e auditorias, os profissionais realizam pesquisas em laboratórios, principalmente na identificação de doenças infecciosas como a gripe aviária, e também atuam na abertura de mercados no exterior por meio das adidâncias agrícolas.
Para o presidente do Anffa Sindical, em pouco tempo de existência, a carreira já conquistou espaços importantes. No mês de aniversário dos 23 anos, por exemplo, foi autorizada a realização de um novo concurso público para provimento de 200 vagas de auditor. O número, segundo Macedo, está aquém do necessário, mas o sindicato continuará em articulação com o governo federal para propor um cronograma de concursos nos próximos anos. Estima-se que a demanda atual seja de 2 mil novos auditores.
Outra medida apresentada pelo Anffa Sindical ao Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), na semana passada, é a reativação do Fundo Federal Agropecuário, criado na década de 1960, mas sem movimentação desde os anos 2000. “Historicamente, o orçamento para a defesa agropecuária vem caindo. Uma das soluções é a volta do fundo da nossa carreira. Ele ajudaria no financiamento das ações por meio da arrecadação de taxas para registro de produtos e empresas com fins de produção e comércio”, explicou o presidente.
Segundo o presidente do sindicato, embora a carreira passe por desafios de déficit de pessoal e de investimentos, a atividade de defesa agropecuária tem prevenido o país de ameaças. “O agro brasileiro é forte e o mundo está de olho no Brasil. Estamos cumprindo nosso papel e mantendo a segurança dos alimentos e, nesse sentido, consequentemente, contribuímos para a segurança nacional”, acrescentou.
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