Helicoverpa expôs precariedade da defesa sanitária brasileira

13.01.2015 | 21:59 (UTC -3)

Na avaliação de Almir Dalpasquale, presidente da Aprosoja Brasil (Associação Brasileira dos Produtores de Soja), "o Brasil ainda perde muito por não ter uma política de defesa sanitária ajustada ao dinamismo e à necessidade do campo". Segundo ele, "uma praga nova que entra no País deixa isso muito claro".

Ele cita como exemplo o caso da Helicoverpa armigera: "O tempo de resposta do governo para liberar produtos de defesa e organizar um plano de controle dessa praga expôs a precariedade de todo um sistema de registro e disponibilização de tecnologias, inclusive de produtos genéricos e biológicos".

Dalpasquale conta que a Aprosoja foi obrigada a elaborar listas de produtos prioritários e trabalhar intensificando a pressão política sobre os órgãos de registros. "A entidade percebeu o grande gargalo, a lei e normas atuais acoleiraram a ciência e soltaram as feras da burocracia, criando um grande cartório. Se considerarmos o prazo médio de registro de seis anos para um produto novo, é o mesmo que condená-lo a ser lançado já obsoleto", lamenta.

O dirigente adiantou que a Aprosoja Brasil trabalhou durante todo o ano de 2014 em uma proposta de atualização do marco legal de agroquímicos e de defesa vegetal. "Mas é um assunto para ser resolvido no médio prazo, por isso, ainda teremos muito trabalho em 2015."

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