Grãos: plantio da safra segue atrasado devido as chuvas no RS

18.09.2009 | 20:59 (UTC -3)

O mês de setembro acumulou um volume de chuva bastante expressivo, confirmando as previsões de uma primavera chuvosa em função do fenômeno El Niño. De acordo com a Emater/RS-Ascar, apesar das chuvas recuperarem os mananciais hídricos, os produtores se viram impedidos de executar, de forma mais intensa, os trabalhos prévios e o próprio plantio da safa 2010.

Todavia, exceto pelo trigo, que tende a apresentar problemas decorrentes das doenças fúngicas, a umidade e a chuva ocorridas têm sido benéficas para agricultura com um todo, afastando a possibilidade de deficiência hídrica, que muito prejudicou a economia do Estado nos últimos anos, pela limitação imposta à produção de grãos e outros produtos.

O plantio da próxima safra está atrasado em função das chuvas No caso do feijão, apenas 23% da área prevista se encontra semeada, quando o normal seria de 34% se considerada a média dos últimos anos. Entre as principais zonas produtoras, as que compreendem as regiões administrativas de Erechim e Passo Fundo são as mais adiantadas, com 25% e 45% respectivamente. De maneira geral, as sementes lançadas ao solo têm germinado de maneira satisfatória, apesar da falta de uma luminosidade mais intensa.

Também para o milho a semana não foi muito propícia ao plantio, avançando apenas oito pontos percentuais e alcançando somente 28% da área prevista para este ano. No caso do milho, as zonas mais adiantadas se encontram dentro das regiões administrativas de Santa Rosa e Passo Fundo, com 51% e 38% das suas respectivas áreas previstas, já semeadas. Em alguns casos, o crescimento lento das plantas tem preocupado os produtores.

Em função da alta umidade do solo, os produtores de trigo mantêm atenção ao controle de doenças fúngicas. Aplicações de adubos nitrogenados em cobertura, quando há recursos disponíveis, também são efetuadas visando à recuperação das plantas e à manutenção do potencial produtivo. Segundo informações colhidas junto aos escritórios municipais da Emater/RS-Ascar, a produtividade esperada tem se mantido estável em relação às previsões iniciais, não havendo motivos para modificá-la. Atualmente, 52% das lavouras de trigo estão em germinação e desenvolvimento vegetativo, 30% em floração e 18% em enchimento de grãos.

HORTIGRANJEIROS E FRUTAS

O excesso de chuvas prejudicou o cultivo de frutas e hortaliças em todos os municípios do Estado. As condições climáticas, caracterizadas por umidade relativa e temperaturas altas, favoreceram o desenvolvimento de doenças fúngicas, principalmente nas variedades precoces de frutíferas de clima temperado (maçã, uva, ameixa, pêssego, entre outras), que encontram-se nos estágios de brotação e plena floração. Para os hortigranjeiros cultivados de forma protegida, as perdas foram pequenas, valorizando o produto ofertado, especialmente as espécies folhosas.

Em Tavares, um dos maiores municípios produtores de cebola do Estado, as lavouras estão com bom desenvolvimento vegetativo e com boa sanidade. Foi concluído o transplante das mudas, confirmando a expectativa inicial de 900 ha plantados. Apesar das chuvas, ainda não ocorreram perdas que comprometam a produção inicialmente esperada.

Viticultura

Embora os pomares apresentem um florescimento exuberante, as condições climáticas adversas foram desfavoráveis ao processo de polinização, o que deverá provocar a redução do percentual de fixação de frutos, pois grande parte das variedades cultivadas necessitam de polinização cruzada. Como o auge da floração da maioria das cultivares ocorreu na semana passada, coincidindo com o período de excesso de chuvas, a polinização promovida pela atividade das abelhas foi seriamente afetada. No momento, os fruticultores estão realizando tratamentos fúngicos para reduzir a incidência de doenças causadoras de podridões nas flores e frutos. Em todas as regiões produtoras de uvas do Estado, os produtores já encerraram a poda seca de inverno e iniciaram os tratamentos fitossanitários para o controle das doenças fúngicas de primavera. A alta umidade relativa favorece o desenvolvimento e a disseminação das doenças. As variedades de uvas viníferas de origem européia, são mais suscetíveis ao desenvolvimento dessas moléstias que as espécies de origem americana, próprias para a elaboração de sucos e néctar. Na região alta do Vale do Taquari, as áreas de cultivo de videiras americanas, próprias para a elaboração de sucos, concentram-se nos municípios de Dois Lajeados, Nova Bréscia e Vespasiano Correa.

Adriane Bertoglio Rodrigues

Assessoria de Imprensa da Emater/RS-Ascar

51-2125-3104 /

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