Fundos têm dado suporte ao mercado de açúcar, indica hEDGEpoint

A expiração do açúcar branco trouxe à tona o que o mercado já sabia: o açúcar de maior qualidade está escasso no mercado internacional

28.09.2023 | 14:04 (UTC -3)
Milena Camargo, edição Cultivar
Foto: divulgação
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A semana iniciou com a confirmação de uma entrega reduzida de açúcar branco. É o que indica o relatório divulgado pela hEDGEpoint Global Markets. Com apenas 122,7kt, o volume corrobora o aperto de disponibilidade que atingiu o mercado internacional há algum tempo e que deve perdurar, principalmente para o açúcar de maior qualidade. Os preços também expiraram no nível mais alto em três anos.

Em comparação a 2021, quando o contrato de outubro também teve uma entrega baixa, de 124kt, a variação de preço entre os dois vencimentos foi próxima dos 250 USd. A principal diferença entre os dois anos está baseado na situação da Índia: em 20-21, a safra foi marcada por grandes quebras na Tailândia e na Europa, mas a Índia ia bem. Desta vez, o cenário se modifica, e espera-se que o déficit se prolongue.

De acordo com o relatório, a extensão do período de ocorrência do El Niño para o inverno do Hemisfério Norte adicionou ao pessimismo do mercado quanto à disponibilidade do adoçante. Além disso, as perspectivas negativas quanto a Índia e a precificação de nenhuma exportação sendo realizada pelo país, juntamente com as dificuldades enfrentadas pela Tailândia, apoiam os preços tanto do bruto como do branco. Ao contrário do bruto, porém, o Brasil pouco pode ajudar o mercado de brancos, tendência que contribui para a estabilidade de um alto prêmio do branco.

As melhorias climáticas na maior parte da Índia, algumas chuvas na Tailândia e um bom ritmo de moagem esperado no Centro-Sul não foram suficientes para desencadear uma correção na curva futura do bruto. Para os especialistas, os preços próximos de 27 USc/lb não parecem animadores para o lado da demanda – o prêmio físico brasileiro é um bom parâmetro para medir o seu interesse – e os destinos parecem estar à espera, cautelosamente, de uma correção.

No entanto, mesmo com a elevada disponibilidade do país e pouca ação no mercado físico, os fundos dão suporte ao mercado. O posicionamento vendido é sazonalmente elevado e, embora seja possível esperar um movimento de venda desencadeado por correções no complexo energético, o posicionamento especulativo (CFTC) subiu para 198 mil lotes na semana que terminou em 19 de setembro.

Após a entrega de outubro – que possivelmente será o volume mais alto visto por algum tempo – a tendência de alta não terá nada que a segure. A alta disponibilidade brasileira é uma realidade.

Durante o período da entressafra brasileira, a ausência do Hemisfério Norte será sentida. Março, portanto, terá todos os motivos para romper o nível de resistência de 27 USc/lb. Esta tendência de alta também se refletirá nos brancos, especialmente se a ausência das exportações indianas se confirmar.

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