Frente de ação estabelece plano emergencial para conter o avanço da podridão-da-uva-madura

Doença pode causar perdas de até 100% nos parreirais; Embrapa e parceiros disponibilizarão um conjunto de medidas para o controle

27.06.2024 | 15:54 (UTC -3)
Alan Rodrigues, edição Revista Cultivar
Foto: Viviane Zanella
Foto: Viviane Zanella

Pesquisadores, agricultores, agrônomos, assistentes e técnicos rurais uniram forças à Embrapa, Governo de São Paulo, secretarias municipais e outras organizações para formar uma frente de ação que visa conter o avanço da podridão-da-uva-madura nos vinhedos paulistas. A doença é causada pelo fungo Glomerella cingulata e pode causar perdas de até 100% nos parreirais.

A partir do estabelecimento de um plano emergencial de controle, o grupo disponibilizará um conjunto de medidas testadas e validadas de manejo. A primeira etapa inicia no período de 1º a 4 de julho, com visitas às propriedades dos municípios afetados, onde serão coletadas amostras de uvas apodrecidas, restos culturais e ramos para diagnóstico do agente causador da doença. 

O grupo percorrerá os municípios de Jundiaí, Louveira, Jarinu, Itatiba, Itupeva, Indaiatuba e Elias Fausto. Durante essas atividades, também serão selecionadas áreas para condução de experimentos para avaliar diferentes estratégias de controle da doença. 

Posteriormente, em laboratório, será avaliada a resistência do patógeno aos principais grupos de princípios ativos de fungicidas disponíveis e registrados para a videira. Além dos experimentos em campo, durante a safra 2024/2025, estão previstos ainda dias de campo e palestras para o compartilhamento das informações geradas e uma publicação com recomendações técnicas para o manejo e controle de doenças nos vinhedos do Estado de São Paulo. 

Frente de ação

Produtores de uva de mesa e para processamento de vinhedos localizados nos municípios do Circuito das Frutas Paulista relatam que há dois anos (ou quatro safras) trazem prejuízos de até 100% na colheita em decorrência da doença. Por meio da Câmara Setorial de Uva e Vinho do Estado de São Paulo, eles clamaram ações em socorro de suas colheitas.  

Com representação na Câmara, a Embrapa Territorial (Campinas, SP) articulou a participação de pesquisadores da Embrapa Uva e Vinho (Bento Gonçalves, RS) e dos órgãos estaduais nesta ação em auxílio dos produtores paulistas. 

Os dois centros da Embrapa atuam de forma conjunta, cabendo à equipe da Embrapa Territorial o planejamento e a coleta de informações das propriedades rurais, por meio de aplicativo, e à Embrapa Uva e Vinho, a execução das atividades nos vinhedos e nos laboratórios - etapa que contará com o apoio dos cientistas e dos laboratórios da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA) e dos técnicos da Coordenadoria de Assistência Técnica Integrada (Cati). 

A doença

A podridão-da-uva-madura provoca manchas circulares marrom-avermelhadas sobre o fruto, que posteriormente, atingem todo o cacho, deixando o grão de uva escuro e murcho. Temperaturas entre 25°C e 30°C e alta umidade proveniente de chuva, orvalho, integridade ou cerração são condições ideais para a ocorrência e desenvolvimento da doença.

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