Estudo destaca benefícios do uso sustentável do solo em climas futuros

Pesquisadores avaliaram efeitos combinados do aquecimento global e das práticas de manejo do solo

22.11.2024 | 16:01 (UTC -3)
Revista Cultivar
Parcela de teste com uso sustentável - Foto: Marie Sünnemann
Parcela de teste com uso sustentável - Foto: Marie Sünnemann

Estudo realizado em Bad Lauchstädt, Alemanha, trouxe luz sobre o potencial do manejo sustentável para mitigar impactos e promover a resiliência dos sistemas agrícolas. Os pesquisadores analisaram efeitos combinados do aquecimento global e das práticas de manejo do solo.

O estudo avaliou o funcionamento de redes alimentares do solo — compostas por organismos como nematoides, micro e macroartrópodes — sob condições climáticas simuladas para o período de 2070 a 2100.

Os experimentos foram realizados na instalação Global Change Experimental Facility (GCEF), que simula cenários futuros de aumento de temperatura (1–2°C) e alterações nos padrões de precipitação, comparando o impacto em terras agrícolas manejadas de forma intensiva e extensiva.

Menos intensidade, mais sustentabilidade

Os resultados mostraram que práticas agrícolas de baixa intensidade favorecem o controle natural de herbívoros e micro-organismos, mesmo em condições climáticas futuras.

Algumas das principais descobertas:

  • Aumento do controle microbiano: práticas sustentáveis levaram a um aumento na regulação de comunidades microbianas do solo, promovendo maior turnover microbiano.
  • Melhor controle de herbívoros: sistemas de manejo de baixa intensidade em pastagens e culturas agrícolas demonstraram controle mais eficaz de herbívoros subterrâneos.
  • Resiliência do fluxo energético: apesar das condições climáticas adversas, o fluxo de energia na teia alimentar do solo manteve-se estável em sistemas sustentáveis.

O estudo destaca que práticas de manejo agrícola sustentáveis são essenciais para aumentar a resiliência dos ecossistemas agrícolas às mudanças climáticas. A rotação de culturas com leguminosas, por exemplo, promove a saúde do solo ao enriquecer o conteúdo orgânico e diversificar a microbiota.

Os cientistas apontaram que o tempo também é fator crucial: os benefícios das práticas sustentáveis tornam-se mais evidentes a longo prazo. O estudo encontrou mudanças significativas apenas seis anos após o início dos experimentos, reforçando a necessidade de políticas agrícolas de longo prazo.

Mais informações podem ser obtidas em doi.org/10.1111/gcb.17554

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