Embrapa e BASF firmam nova parceria

05.05.2014 | 20:59 (UTC -3)

A BASF, química líder mundial, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), principal instituição brasileira de pesquisa tecnológica agrícola, e a Fundação Espaço ECO (FEE) anunciam mais uma parceria para agricultura. Desta vez, o acordo tem por objetivo o desenvolvimento de pesquisa e transferência de tecnologia, sendo o primeiro relativo ao compartilhamento de experiência em Avaliação do Ciclo de Vida (ACV) para a construção de inventários dos sistemas de produção de cana-de-açúcar praticados no Centro-Sul brasileiro, bem como de seus produtos. Já o segundo compreende promover ajustes e melhorias nos critérios e fontes de informação que compõem os indicadores do AgBalance, da BASF, e APOIA NovoRural, da Embrapa Meio Ambiente.

O acordo segue o conceito de Open Innovation ou Inovação Aberta, adotado pela BASF, no qual empresas interagem para obter objetivos em comum. O investimento faz parte dos €1.835 milhões aportados pela BASF em pesquisa & desenvolvimento no último ano, dos quais 26% totalmente aplicados em seu negócio agrícola.

A ideia é integrar esforços a fim de promover ajustes e melhorias nos critérios e fontes de informação que compõem os indicadores para avaliação de impactos socioambientais de atividades agrícolas e agroindustriais, assim como para a construção de inventários de sistemas de produção de cana-de-açúcar praticados especialmente na região Centro-Sul brasileira, bem como de seus principais insumos e derivados, para estudos de avaliação de ciclo de vida.

A parceria terá duração inicial de 30 meses, contados a partir da data de assinatura do contrato, no que diz respeito à produção dos inventários da atividade produtiva. O cronograma de revisão crítica de indicadores de AgBalance está inserido nos primeiros meses do período discriminado. Esta revisão terá reflexo nos diversos estudos de outras culturas em que a ferramenta pode ser aplicada posteriormente, além de cana-de-açúcar.

AgBalance é uma ferramenta comparativa entre diferentes processos e tecnologias, baseada em ACV (Avaliação de Ciclo de Vida), que considera os impactos relativos à produção agrícola e agroindustrial, mas também os impactos gerados ao longo da cadeia de suprimentos e distribuição. Já o APOIA NovoRural faz uma leitura da evolução de um processo produtivo ao longo do tempo.

Porém, tanto AgBalance como o APOIA NovoRural propõem uma avaliação multicritérios. Nesse sentido possuem sinergias ao procurar avaliar sustentabilidade de forma integral. “Entendemos a parceria como um ganho qualitativo às duas ferramentas. Uma forma de aprimorar as comparações por elas feitas, bem como a identificação dos indicadores mais representativos em cada uma” afirma Ademar De Geroni Junior, diretor de Inovação, Pesquisa e Desenvolvimento da Unidade de Proteção de Cultivos da BASF para a América Latina. A partir de agora o desafio é a aprimorar os indicadores para que se traduzam fielmente as condições do setor sucroenergético brasileiro.

Entre as principais atribuições da Embrapa estão o repasse dos resultados das pesquisas realizadas envolvendo as duas ferramentas e que possam ser de interesse da BASF. Além disso, a instituição deverá constituir uma base de dados para a cultura contendo um inventário de insumos, sistemas de produção e derivados dessa cultura.

A Fundação Espaço ECO (FEE), responsável pela aplicação de AgBalance em toda América Latina, constituirá uma base de dados em cana-de-açúcar com as mesmas características e contribuirá para enriquecer com os dados de seus estudos, disponibilizando este conhecimento para o setor sucroenergético e para a sociedade. Já a BASF vai disponibilizar informações técnicas para a Embrapa.

“Nossa ideia com a parceria é que possamos compartilhar de forma mais acurada nossas tecnologias que promovam uma agricultura mais sustentável. Valorizamos a inovação aberta e acreditamos que a discussão sobre novos conhecimentos técnicos sobre agricultura possam elevar os níveis de produtividade, qualidade e rentabilidade, especialmente quando falamos na cana-de-açúcar”, argumenta Roberto Araújo, diretor-presidente da FEE.

“Esta nova parceria fortalece o elo entre a Embrapa e a BASF e é um exemplo positivo de parceria público-privada. Com ela, é possível comprovar a viabilidade de projetos entre o Governo e Indústria que favoreçam a posição de destaque na produção de fontes renováveis de energia”, finaliza Celso Manzatto, Chefe-Geral da Embrapa Meio Ambiente.

Esta ação é um desdobramento do Acordo de Cooperação Técnica estabelecido por ambas as instituições em 2011 que visa à identificação de oportunidades de interesse comum para o desenvolvimento de novas tecnologias e produtos, com ênfase na identificação de estudos em biotecnologia, melhoramento genético, fertilização, mecanização, proteção de plantas e caracterização da fisiologia e avaliação dos tratamentos das culturas.

AgBalance e APOIA NovoRural

AgBalance é um método científico, especializado, desenvolvido pela BASF, cujo objetivo é medir a evolução da agricultura sustentável. Trata-se de uma evolução das análises de socioecoeficiência, com ênfase na avaliação da sustentabilidade agrícola de forma ampla em toda a cadeia produtiva. Para isso, 69 indicadores, cada um deles relacionado a um dos três pilares da sustentabilidade, são calculados por meio da ponderação de aproximadamente 200 fatores de avaliação. A ferramenta já conta, inclusive, com a validação de três agências mundialmente especializadas: TÜV Süd da Alemanha, a empresa norueguesa “Det Norske Veritas” (DNV) e a National Sanitation Foundation (NSF) no mercado da América do Norte. Os resultados gerados por esta avaliação holística proporcionam uma base científica para decisões fundamentadas em fatos de como aprimorar a sustentabilidade de um determinado sistema de produção.

Já o APOIA NovoRural consiste num conjunto de planilhas eletrônicas que integram 62 indicadores do desempenho ambiental de uma atividade econômica em um estabelecimento rural. Com ele, cinco dimensões de avaliação são consideradas: ecologia da paisagem, qualidade ambiental (atmosfera, água e solo), valores socioculturais, valores econômicos e gestão e administração. Os indicadores são construídos em matrizes de ponderação, nas quais dados quantitativos, obtidos em campo e laboratório, são automaticamente transformados em índices de impacto, expressos graficamente.

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