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Uma pesquisa recente realizada na reserva de Mount Bold, no sul da Austrália, revelou que o monitoramento da biodiversidade do solo por meio da ecoacústica é uma ferramenta promissora para avaliar a saúde dos ecossistemas. O estudo, liderado por Jake Robinson, da Flinders University, em Adelaide, aplicou essa tecnologia em um cronosequência de restauração de um bosque gramíneo australiano, oferecendo novos insights sobre a eficácia da ecoacústica em diferentes contextos de restauração florestal.
O estudo envolveu a coleta de 240 amostras acústicas do solo em seis locais distintos dentro da reserva de Mount Bold, uma área de 55 quilômetros quadrados. As gravações, realizadas ao longo de cinco dias durante a primavera de 2023, duraram nove minutos cada. Os locais de estudo incluíam duas áreas que haviam sido desmatadas há cerca de 15 anos e mantidas como pastagem, duas áreas que estavam em processo de regeneração com vegetação crescendo novamente há aproximadamente 15 anos, e duas áreas de bosque gramíneo que permaneceram intocadas.
Os pesquisadores utilizaram um dispositivo de amostragem subterrânea e uma câmara de atenuação de som para registrar as comunidades de invertebrados do solo. As amostras de solo também foram manualmente analisadas para contagem dos invertebrados presentes. A análise dos sons coletados foi realizada utilizando o Índice de Complexidade Acústica, o Índice Bioacústico e o Índice de Diferença Normalizada da Paisagem Sonora.
Os resultados mostraram que os índices de complexidade e diversidade acústica eram significativamente maiores nas áreas revegetadas e nas áreas remanescentes de vegetação nativa, em comparação com as áreas desmatadas. Além disso, esses índices estavam fortemente associados à abundância e à riqueza de invertebrados no solo, como larvas de besouro, minhocas, centopeias, tatus-bola e formigas.
A pesquisa destaca o potencial da ecoacústica como uma ferramenta não invasiva para avaliar a biodiversidade do solo em diferentes contextos de restauração florestal. A aplicação desta tecnologia em um cronosequência de restauração florestal é pioneira e sugere que a ecoacústica pode ser uma importante aliada na avaliação das condições do solo e na detecção de riscos ambientais, como espécies invasoras e ameaças à biossegurança.
Os pesquisadores enfatizam a necessidade de otimizar as estratégias de amostragem in-situ e de considerar a dinâmica temporal e a profundidade do solo em futuras pesquisas para aprimorar a aplicabilidade da ecoacústica no monitoramento da biodiversidade.
Mais informações podem ser obtidas em doi.org/10.1111/1365-2664.14738
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