Conab aponta queda na produção de grãos brasileira

O algodão, por sua vez, registra aumento de 16,3% na área plantada, chegando a 1,93 milhão de hectares, impulsionado por preços favoráveis

12.03.2024 | 10:49 (UTC -3)
Revista Cultivar, com informações Conab

Em um cenário desafiador, marcado por condições climáticas adversas, a produção brasileira de grãos enfrenta uma significativa retração para a safra 2023/24. Segundo dados divulgados pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o Brasil deverá colher 295,6 milhões de toneladas de grãos, representando uma queda de 7,6% ou 24,2 milhões de toneladas a menos em comparação ao ciclo anterior. Este decréscimo é atribuído, em grande parte, a uma redução na produtividade média, que deve cair de 4.072 quilos por hectare para 3.784 kg/ha.

As instabilidades climáticas que se estenderam desde o início da safra até meados de dezembro tiveram um impacto considerável, especialmente sobre a soja, carro-chefe da produção agrícola do país. A área total cultivada também sofreu redução, ainda que em menor escala, diminuindo cerca de 0,5% para 78,1 milhões de hectares.

A soja, que até o início de março já havia visto 47,9% de sua área semeada colhida, projeta uma produção de 146,9 milhões de toneladas, o que significa uma redução de 5% em relação à safra anterior. A Conab aponta que a diminuição se deve majoritariamente às escassas chuvas e temperaturas elevadas. Por outro lado, há uma luz no fim do túnel para as lavouras semeadas mais tarde, beneficiadas por precipitações mais favoráveis.

Em contrapartida, o cenário para o milho segunda safra parece mais otimista. Apesar da redução de 8,3% na área destinada ao cultivo, as condições até agora favorecem a implantação do cereal, exceto em algumas áreas de Mato Grosso do Sul. A expectativa é colher cerca de 87,35 milhões de toneladas apenas na segunda safra, com a produção total do cereal estimada em 112,75 milhões de toneladas.

Para o arroz, há um aumento de 4,7% na área plantada, alcançando 1,55 mil hectares, e uma produção esperada de 10,55 milhões de toneladas, apesar das adversidades climáticas. O Rio Grande do Sul, um dos principais produtores, enfrentou chuvas excessivas e enchentes que impactaram o plantio. Já o feijão, com uma primeira safra ajustada que influenciou nos preços, vê um aumento na área cultivada para a segunda safra, sugerindo uma possível maior produção.

O algodão, por sua vez, registra um aumento de 16,3% na área plantada, chegando a 1,93 milhão de hectares, impulsionado por preços favoráveis e boas perspectivas de comercialização. A expectativa é que a produção da fibra atinja 3,56 milhões de toneladas, podendo estabelecer um novo recorde histórico. Em relação ao trigo, a estimativa atual aponta para uma produção de 9,6 milhões de toneladas.

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