Previsibilidade é o desafio da indústria de flores, frutas, legumes e verduras
O produtor vê com preocupação o aumento do custo do frete, principalmente para o sul e nordeste
A comercialização da safra 2019/20 de soja teve forte avanço em março, superando o recorde anterior, segundo estimativas da Consultoria DATAGRO. Até o dia 3 de abril, os negócios da temporada atingiam 71,5% da produção esperada com oportunidades durante o mês de março sendo aproveitadas pelos produtores. Levando em conta a atual projeção de produção de 121,92 milhões de toneladas, o total compromissado atingiu 87,15 milhões de t.
No mesmo período, na safra passada, os negócios com a oleaginosa atingiam 51,8%. Além disso, os dados relativos à comercialização do mês de março mostram que as vendas superaram expressivamente o recorde anterior de 59,5% de 2016. No relatório anterior, do início de março, a comercialização atingia 57,8% da produção esperada. Um avanço de mais de 13 pontos percentuais. A média de cinco anos é de 53,5%.
“O esperado comportamento positivo médio dos preços foi confirmado, e com folgas. E a forte melhora das cotações, gerada especialmente pela explosão da taxa de câmbio, fez com que os produtores retomassem com força o interesse de venda. Aproveitando um momento de forte interesse comprador, notadamente com destino à exportação”, explica Flávio Roberto de França Junior, coordenador da DATAGRO Grãos.
Os negócios na safra 2020/21 também avançaram forte durante o mês de março acompanhados pela puxada nos preços. A comercialização antecipada pelos produtores brasileiros chegou a 19,9% da produção esperada, recorde para o período, ficando muito superior aos 5,0% em igual período de 2019, do recorde anterior de 8,0% de 2016 e também bem acima dos 3,8% da média para cinco anos.
Considerando o exercício de projeção para a produção da safra nova em 128,90 milhões de t, teríamos 25,69 milhões de t comercializadas antecipadamente pelos produtores.
O milho de verão da safra 2019/20 no Centro-Sul do Brasil também teve comercialização em ritmo forte no mês de março, chegando a 43,8% da produção esperada, segundo levantamento da Consultoria DATAGRO. O percentual fica muito acima dos 32% em igual momento de 2019 e dos 32% da média para o período. No relatório do início de março, a comercialização do cereal brasileiro atingia 23% da produção esperada. A colheita no Centro-Sul do Brasil avançou para 87% da área.
“Os negócios foram generalizados no último mês, especialmente favorecidos nas praças onde houve melhora maior das cotações. Entre as praças pesquisadas, em março os preços médios mensais subiram de forma geral, variando entre 5% e 11%”, afirma França.
As vendas da safra de inverno 2020 no Centro-Sul do país também avançaram, embora em ritmo menor, e chegaram a 54% da produção esperada no período, acima do registro do mês anterior (45%). No ano de 2019, nesse mesmo período, o comprometimento do cereal estava em 39% e a média de cinco anos é de 37%. O percentual de comercialização na região é puxado pelo desempenho de Mato Grosso, com mais de 80% da produção comprometida.
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