Mercado de fertilizantes especiais cresce 7,7% em 2019
Neste ano, a expectativa é de que o setor mantenha a curva de crescimento
A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) promoveu três painéis online do Projeto Campo Futuro nos dias 30 e 31 de julho. Os eventos levantaram os custos de produção de banana, com produtores de Janaúba (MG); de café arábica, na região de Santa Rita do Sapucaí (MG); e de grãos, na área de Cristalina (GO).
Em Janaúba, houve alteração do modal produtivo, que passou de 10 para 15 hectares de área produtiva em relação a 2017. A produtividade média, de 25 toneladas/ha, foi mantida.
“Dentre os principais custos levantados pelos produtores para o modal representativo, podemos destacar os custos com a condução das atividades na lavoura, além do investimento necessário com irrigação que é essencial para o desenvolvimento da cultura e sucesso da atividade na região”, afirmou o assessor técnico da Comissão Nacional de Fruticultura da CNA, Erivelton Cunha.
Para o analista de agronegócios da Federação da Agricultura de Minas Gerais (Faemg), Caio Coimbra, o projeto Campo Futuro é de extrema importância para a região. “Ele permite ao produtor rural balizar o seu custo de produção com as variáveis que mais influenciam esse custo e avaliar se a receita obtida está com margem positiva ou não. Desta forma, espera-se contribuir para melhorar a gestão da propriedade rural”.
Na opinião da gerente-geral da Associação Central dos Fruticultores do Norte de Minas (Abanorte), Ivanete Pereira dos Santos, o painel foi muito produtivo e demonstrou que, cada dia mais, os bananicultores necessitam ajustar rigorosamente seus custos para permanecer sustentáveis em sua atividade.
“Desde 2012, o norte de Minas foi contemplado com o acompanhamento dos custos de produção nas culturas da banana, manga e limão. Conhecer melhor os números da atividade é fundamental para a tomada de decisões e promover ajustes antes porteira”.
O encontro foi realizado em parceria com o Cento de Inteligência de Mercado da Universidade Federal de Lavras (UFLA) e contou com apoio da Faemg, do Sindicato Rural de Janaúba e da Abanorte.
No levantamento dos custos dos cafeicultores mineiros foi considerada uma propriedade modal com 20 hectares de lavoura, condução de manejo e colheita manuais e com produtividade média de 28 sacas/hectare.
Dados preliminares apontaram que a mão de obra é responsável por 49% do Custo Operacional Efetivo (COE). Outros gastos significativos são os fertilizantes (14%) e os produtos fitossanitários (8,2%). Em comparação com o ano passado, houve um aumento de R$ 56 para produzir uma saca de café.
“O produtor está tendo margem bruta positiva, o que significa que, no curto prazo, ele consegue manter a atividade. Mas, no médio e longo prazo, a margem líquida continua sendo negativa, ou seja, não cobre os custos de depreciação”, disse a assessora técnica da Comissão Nacional de Café da CNA, Raquel Miranda.
O evento teve apoio da Faemg e do Sindicato Rural de Santa Rita do Sapucaí. Além de produtores, participaram técnicos da CNA, do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) e do Cento de Inteligência de Mercado da Universidade Federal de Lavras (UFLA).
Na área de soja e milho pesquisada em Cristalina, os custos de produção tiveram uma pequena elevação em relação à safra anterior. Apesar disso, o cenário de boas produtividades e preços recebidos pelos produtores permitiu um quadro positivo para as atividades pesquisadas.
Em termos de produtividade com a soja, primeira safra, o modal produtivo apontou 59 sacas/ha na lavoura de sequeiro e 64 sacas/ha na lavoura irrigada. Segundo os participantes, o milho segunda safra, em sistema irrigado, alcançou 155 sacas/ha e o milho sequeiro, 125 sacas/ha.
“Foi uma condição bastante positiva, gerando receitas que proporcionaram margem líquida positiva para as lavouras”, declarou o assessor técnico da CNA, Rogério Avellar.
O presidente do Sindicato Rural de Cristalina, Aléssio Maróstica, destacou a importância da iniciativa e a confiabilidade das informações levantadas pelo Sistema CNA/Senar.
“Toda informação precisa é necessária para o produtor ter um referencial, saber se ele está ganhando ou perdendo e como pode fazer para reduzir esses custos de produção. Esse ano, tivemos o problema do coronavírus e poucos quiseram participar, mas queremos continuar no próximo ano e ter mais gente participando para levar esse conhecimento aos produtores”, declarou ele.
O encontro, que teve apoio da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg) e do Sindicato Rural de Cristalina, contou com a participação de técnicos da CNA, do Senar e do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea).
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