Clima adverso impacta produção de olerícolas no Rio Grande do Sul

Chuvas intensas e geadas afetam cultivo em várias áreas do estado; algumas regiões conseguem manter produtividade, enquanto outras enfrentam desafios com queda nos preços e dificuldades de recuperação

30.08.2024 | 14:35 (UTC -3)
Revista Cultivar

As condições climáticas recentes no Rio Grande do Sul têm impactado de formas diversas a produção de olerícolas em diferentes regiões administrativas do estado. Conforme dados fornecidos pela Emater/RS-Ascar, as adversidades climáticas, como chuvas intensas, baixas temperaturas e geadas, afetaram a produtividade e qualidade de várias culturas. No entanto, algumas regiões conseguem manter a produção dentro dos padrões esperados, enquanto outras enfrentam desafios mais severos.

Nas regiões de Pelotas e Erechim, o excesso de chuvas e a ocorrência de geadas fortes prejudicaram significativamente as atividades agrícolas. Em Pelotas, as chuvas prolongadas comprometeram o preparo do solo, a semeadura e o transplante de mudas, além de dificultar o desenvolvimento das hortaliças devido às baixas temperaturas. Em Erechim, apesar das chuvas moderadas, as geadas afetaram culturas a céu aberto, embora o tempo tenha favorecido a continuação do preparo do solo e a produção de mudas.

Algumas regiões, como Santa Maria e Soledade, observa-se recuperação gradual nas produções, especialmente nas áreas hidropônicas e folhosas, que vêm apresentando bom desempenho. Em Santa Maria, a maior parte da produção ainda é oriunda de cultivos hidropônicos, uma vez que as áreas tradicionais ainda estão em fase de recuperação após enchentes. Já em Soledade, as olerícolas apresentam um desenvolvimento positivo, com boa sanidade das plantas, apesar das condições climáticas adversas.

Em várias regiões, o desenvolvimento de culturas específicas tem sido satisfatório. Em Ijuí, por exemplo, as olerícolas apresentam rápido desenvolvimento, com folhas saudáveis e grandes. Cultivos de campo como beterraba e cenoura têm mostrado melhoria significativa na formação de raízes tuberosas de qualidade. Em Lajeado, a cultura da abobrinha, cultivada principalmente em sistema de estufim, tem mantido uma produção satisfatória mesmo no inverno, sem registro de problemas fitossanitários significativos.

Preços e comercialização

O cenário econômico para os produtores de olerícolas tem variado. Em Frederico Westphalen, a alta oferta de produtos, combinada com a baixa demanda, tem resultado em queda nos preços, prejudicando a rentabilidade dos agricultores. Em contraste, na região de Lajeado, os preços da rúcula e do feijão-de-vagem, por exemplo, se mantêm relativamente altos, com a rúcula sendo comercializada entre R$ 13,00 e R$ 15,00 por dúzia.

As perspectivas para as próximas semanas apontam para um possível aumento nos preços de produtos como batata-doce, pimentão, feijão-de-vagem e tomate, devido ao encerramento da safra local dessas culturas. No entanto, a recuperação das áreas afetadas pelas condições climáticas ainda é incerta, e a produção pode continuar enfrentando desafios.

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