Chuvas no fim de março colaboraram com a safra da soja no RS

Precipitações também colaboraram para a uniformização da maturação, mas não prejudicaram a colheita

06.04.2023 | 13:59 (UTC -3)
Rejane Paludo
Precipitações também colaboraram para a uniformização da maturação, mas não prejudicaram a colheita; Foto: Wenderson Araujo/CNA
Precipitações também colaboraram para a uniformização da maturação, mas não prejudicaram a colheita; Foto: Wenderson Araujo/CNA

A área cultivada de soja no Estado é de 6.513.891 hectares. A produtividade atual é estimada em 2.175 kg/ha, significando redução de 30% no potencial produtivo inicial da cultura em função da estiagem.

Conforme o Informativo Conjuntural produzido e divulgado nesta quinta-feira (06/04) pela Emater/RS-Ascar, no período, as chuvas ocorridas entre os dias 29 e 31 de março, melhor distribuídas e em volumes mais significativos, contribuíram para a recuperação/manutenção da umidade, especialmente em lavouras de semeadura mais tardia, que ainda não definiram o potencial produtivo. As precipitações também colaboraram para a uniformização da maturação, mas não prejudicaram a colheita, que evoluiu rapidamente de 8% para 18% da área cultivada no Estado. Porém, mesmo com esse avanço, persiste o atraso em relação às safras passadas.

Os resultados obtidos continuam muito variáveis entre as diferentes regiões do Estado: em lavouras lesadas na Fronteira Oeste, a produtividade é de 180 kg/ha, o que não cobre os custos de colheita; e em parte das lavouras nos Campos de Cima da Serra, as produções estão próximas a 4.000 kg/ha, índice que não se diferencia do projetado no início do plantio.

 Nas lavouras afetadas pela estiagem, há uma proporção elevada de grãos com coloração esverdeada e com tegumento enrugado no produto colhido, mas, mesmo assim, a classificação se encontra dentro do padrão comercial. Os produtores prosseguiram as pulverizações por meio do uso de herbicidas desfolhadores para a uniformização da maturação, dada a diferença de vagens maduras e verdes nas mesmas plantas.

Milho -  A colheita ocorreu novamente de modo lento, evoluindo para 80%, pois os produtores continuam dedicados à atividade na soja.

A ocorrência de chuvas no Estado, de forma mais abrangente e em significativos volumes pluviométricos, melhorou o ambiente de condução das lavouras semeadas mais tardiamente. Em relação ao aspecto visual, percebe-se a coloração verde mais escura das plantas, gerando boas expectativas de produtividade. Contudo, essas lavouras dependem também da continuidade de temperaturas amenas e da não formação de geadas para encerrarem o ciclo e manterem o potencial de produtivo. No período, os ventos fortes acompanhados de precipitações no dia 29 de março causaram danos pontuais em lavouras já afetadas.

A área cultivada de milho no Estado é de 810.380 hectares. A produtividade atual está estimada em 4.440 kg/ha, representando redução de 39,49% em relação à projeção inicial.

Milho silagem - A área implantada no Estado é de 357.476 hectares. A produtividade atual é de 23.023 kg/ha, consistindo em redução de 39,18%, projetados no início do cultivo. A colheita ultrapassou 90% da área cultivada.

Arroz - A colheita do cereal evoluiu rapidamente pela terceira semana consecutiva. A finalização de ciclo em grande parte da área de cultivo e as condições favoráveis de períodos secos intercalados com chuvas permitiram a rapidez na operação.

A colheita alcançou 62%, apresentando uma evolução de 12 pontos percentuais no período. As lavouras em maturação são 31%, ensejando a manutenção do ritmo, pelo menos, por mais duas ou três semanas seguintes.

A produtividade permanece variável, conforme a disponibilidade de irrigação. Em lavouras onde foi possível manter a lâmina d’água até o final do ciclo, os volumes e o rendimento de engenho são excelentes. Já nas lavouras em que não foi possível fornecer corretamente a necessidade das plantas, os resultados são desfavoráveis, proporcionais à capacidade de suprimento de água nos talhões.

A área cultivada está estimada em 889.549 hectares. A produtividade estimada é de 7.744 kg/ha, representando uma redução de 5,86% na projeção inicial.

Feijão 1ª safra - A área cultivada em 1ª safra é de 31.449 hectares. A estimativa de produtividade é de 1.576 kg/ha, o que representa um decréscimo de 7,36% em relação à estimativa inicial. Restam atividades de colheita nas regiões Nordeste e Sul do Estado.

Feijão 2ª safra - Na maior parte, o período foi caracterizado por fatores climáticos favoráveis para a cultura, como radiação solar, temperatura e umidade do solo. Nesse ambiente, as lavouras mantiveram bom desempenho tanto produtivo como fitossanitário. A partir do sábado (01/04), a diminuição das temperaturas alertou os produtores para o monitoramento de doenças, especialmente de antracnose.

A área destinada ao cultivo é de 20.127 hectares. A estimativa de produtividade é de 1.376 kg/ha.

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