Chuva aumenta relatos da ferrugem-asiática da soja na safra 22/23

Há 119 relatos da doença e a ferrugem está presente em nove estados brasileiros, sendo 79% das ocorrências em lavouras comerciais na fase de enchimento de grãos

27.01.2023 | 14:17 (UTC -3)
Embrapa, edição Cultivar
Há 119 relatos da doença e a ferrugem está presente em nove estados brasileiros, sendo 79% das ocorrências em lavouras comerciais na fase de enchimento de grãos; Foto:  ANeto/Arquivo Embrapa
Há 119 relatos da doença e a ferrugem está presente em nove estados brasileiros, sendo 79% das ocorrências em lavouras comerciais na fase de enchimento de grãos; Foto: ANeto/Arquivo Embrapa

Como nas safras anteriores, o mês de janeiro vem apresentando rápido aumento nos relatos de ferrugem-asiática nos estados e municípios produtores de soja. Segundo levantamento do Consórcio Antiferrugem, na safra 2022/23, há 119 relatos da doença e a ferrugem está presente em nove estados brasileiros, sendo 79% das ocorrências em lavouras comerciais na fase de enchimento de grãos. Na mesma época, na safra passada, havia 59 relatos, porém, as condições climáticas eram diferentes - menor volume de chuvas na região Sul do País, Mato Grosso do Sul e Paraguai - o que reduziu a ocorrência da doença. A pesquisadora Cláudia Godoy, da Embrapa Soja, explica que a ferrugem está favorecida pelas chuvas bem distribuídas ao longo desta safra.

“Em regiões em que as chuvas estão regulares, a doença é mais comum quando ocorre falhas de aplicações de fungicidas ou os fungicidas utilizados têm baixa eficiência para o controle da ferrugem”, explica Godoy.

De acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), mais de 50% das lavouras estão em fase de enchimento de grãos (após R5), situação onde a doença causa menos dano. Godoy afirma que o potencial de dano da ferrugem-asiática é maior nas lavouras ainda em estádio vegetativo, floração e formação de vagens, que recebem maior quantidade de inóculo do fungo das áreas semeadas mais cedo. 

“Permanecendo as condições favoráveis para a doença, as lavouras mais atrasadas irão necessitar de aplicações com fungicidas com alta eficiência para o controle da doença”, alerta. “Mesmo os produtos mais eficientes para o controle devem estar associados ao uso de fungicidas multissitios, à medida que aumenta o inóculo da ferrugem nas regiões”, comenta.

A comparação da eficiência de fungicidas registrados e em fase de registro para o controle da ferrugem-asiática vem sendo feita em experimentos em rede, realizados desde a safra 2003/2004, no Brasil. Os fungicidas são avaliados individualmente, em aplicações sequenciais, em semeaduras tardias, para determinar a eficiência de controle.

Relatos sobre focos de ferrugem já foram notícia no site da Revista Cultivar. Leia mais em: Focos de ferrugem no Sul de Mato Grosso acendem alerta.

Outras doenças da soja na safra 22/23

A pesquisadora da Embrapa relata ainda a ocorrência de outras doenças nessa safra. Nas regiões do Cerrado, por exemplo, onde vem ocorrendo boa distribuição de chuvas nas semeaduras iniciais tem-se observado alta incidência de mancha-alvo. Além disso, na região Sul, há relatos de mofo-branco nas regiões mais altas com temperaturas mais amenas e em períodos de menor precipitação a presença do oídio.

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