Soja chega ao estágio final do ciclo produtivo e colheita avança no Rio Grande do Sul
Cerca de 51% das lavouras encontram-se em processo de maturação, e as restantes estão predominantemente na fase final de enchimento de grãos
A presidente da Embrapa, Silvia Massruhá, participou, nesta semana, do lançamento da Câmara Temática de Gestão de Risco Agropecuário, considerada uma importante estratégia para o desenvolvimento do setor no Brasil. O lançamento ocorreu durante a programação do Workshop sobre Gestão de Risco Agropecuário, realizada no Ministério da Agricultura (Mapa), com a presença de pesquisadores, CEOs e lideranças empresariais do mercado de seguros.
No mesmo dia, também foi apresentada a parceria para a construção do Primeiro Plano Nacional de Risco Agropecuário, e o lançamento do projeto Cafeicultura Brasileira Resiliente, que visa a compensação de crédito de carbono no pagamento da apólice de seguro rural.
Para Sílvia, a importância da iniciativa reforça o reconhecimento do papel da pesquisa e o fortalecimento estratégico para as mais de 30 unidades da Embrapa envolvidas com o tema. A Embrapa é uma das 57 representações públicas e privadas que vão compor a Câmara, que terá entre as principais atribuições discutir e contribuir para a efetivação de estratégias para o desenvolvimento do agro.
“A decisão de criar a Câmara é fundamental, entre outros aspectos, para abordar questões sobre a necessidade de recursos para que a pesquisa avance”, disse ela. “O Ministério da Agricultura e o Banco Central se posicionaram de forma decisiva, no entendimento dessa rede”, comentou, destacando a comprovação da confiança no trabalho da Embrapa.
O secretário de Política Agrícola, Neri Geller, defendeu que o novo fórum destina-se a trazer para dentro do Ministério da Agricultura a presença de atores que precisam ser ouvidos. “Tudo acaba girando em torno de remuneração, de previsibilidade e de transparência e o setor agropecuário precisa disso”, comentou. “Caso queiramos avançar no seguro agrícola, em apoio aos produtores, não podemos correr o risco de sinalizar para o mercado com algo que não será possível de cumprir”.
Segundo ele, serão necessárias ferramentas mais modernas e universalizadas, compatíveis com a importância do setor para o desenvolvimento nacional. Geller disse ainda que o Mapa vai trabalhar para oferecer condições para que haja avanços, em articulação com agentes públicos, a equipe econômica e o Congresso Nacional.
“Vamos estudar o macro e o que pode ser implementado logo, em cooperação com parceiros e a Embrapa que vai desenvolver um papel importante, com sugestões de formas de seguro para continuar avançando em todo território nacional”, afirmou. “Os desafios estão postos e por isso precisamos estar cercados por pessoas competentes que vão dar respaldo para implementar a política de seguros que o Brasil precisa”.
Representando a composição da Câmara Temática, Vitor Ozaki, que vai assumir a presidência, falou sobre a motivação de criação do fórum a partir da gestão de risco agropecuário. “Meu papel será secundário à frente da Câmara, porque o protagonismo é do Governo e parceiros, que vão nortear as discussões que vão acontecer”, explicou. O supervisor da Câmara, Jonatas Pulquério, lembrou a confirmação do investimento de R$ 579 mil investidos por meio do Termo de Execução Descentralizada (TED) já assinado, destinados ao Zarc Nível de Manejo, por meio do Mapa e do Banco Central.
“Mas as portas estão abertas para somar no incentivo da pesquisa, no desenvolvimento eficaz e na efetividade dessa ferramenta dentro do mercado de seguros e do mercado financeiro”, destacou, referindo-se às limitações orçamentárias com as quais as entidades podem contribuir em planos de ação que ajudem o avanço no âmbito da Rede Zarc.
Participaram do evento os pesquisadores da Embrapa Pecuária Sudeste, José Ricardo Pezzopane, que falou sobre Zoneamento de Agrícola de Risco Climático (Zarc) Pecuária, e José Renato Bouças Farias, da Embrapa Soja, que abordou Zarc Nível de Manejo (NM). Para a produção pecuária a pasto, Pezzopane relacionou os efeitos climáticos que afetam a produção da pastagem e a consequente ocupação animal dos pastos, cujos resultados foram publicados em Nota Técnica do Ministério da Agricultura.
“O Zarc é uma ferramenta importante para o planejamento, para o produtor e contribui para que o país promova maior estabilidade e menores riscos e perdas, a partir da transferência de tecnologia”, disse o pesquisador José Renato Faria. Segundo ele, culturas não irrigadas como a maioria da área produtora de grãos no Brasil, possuem como fontes hídricas a água proveniente da chuva e a disponibilizada no solo.
“As práticas de manejo do solo podem promover melhores armazenamento, recarga e distribuição da água no solo, incrementando o volume disponível às plantas e isso é fundamental em momentos de deficiência de chuvas”, explicou.
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