Brasil abre mercado para exportação de abacates para Costa Rica
Com este anúncio, o agronegócio brasileiro alcança sua 89ª abertura de mercado no ano corrente
Diante da agenda climática e da proliferação do unilateralismo, o Brasil precisa buscar uma coerência narrativa maior no âmbito interno e construir uma coalizão no mercado externo para levar essas discussões a fóruns internacionais. “Os parâmetros da agricultura temperada não valem para a agricultura tropical, pois são diferentes, então, precisamos expor esse fato em igualdades de condições com países que lideram essas questões”, avaliou embaixador Roberto Azevêdo, sócio da YvY Capital e consultor da Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), durante o 23º Congresso Brasileiro do Agronegócio (CBA), realizado nesta segunda-feira, dia 5 de agosto, pela Abag e pela B3, a bolsa do Brasil.
Mesmo diante desse cenário, na visão de Azevêdo, há muitas oportunidades para o agronegócio e muitas possibilidades de alianças com países da América Latina, do continente africano, do continente asiático, mas também com os Estados Unidos, por serem produtores globais de alimentos e por terem as mesmas preocupações, mesmo sendo um forte competidor no setor, pois o objetivo é ter um campo para se competir com igualdade, evitando arbitrariedades. “Essa seria uma coalizão de peso para se ter uma conversa sobre como seria uma nova ordem internacional, onde o agro seria colocado como uma solução para a questão climática”, afirmou.
Durante o painel Geopolítica e Sustentabilidade, Ingo Plögler (vice-presidente da Abag), mencionou como oportunidades para o setor: segurança alimentar, segurança energética, ativos biológicos e o desenvolvimento social. “Nesta área, temos o Bolsa Família. Hoje, está se negociando uma aliança global contra fome e contra a pobreza, no âmbito do G20. É uma pauta sugerida pelo Brasil”, disse.
Para ele, o agro brasileiro precisa trabalhar conjugadamente visões onde essas “avenidas” de oportunidades poderão ser exploradas, encontrando, possivelmente, caminhões que não são tão visíveis. “É um trabalho das lideranças privadas, pois onde essa força se direcionar, os governos a seguirão”, pondero
De acordo com Ricardo Santin (presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal - ABPA), não é possível se ter fronteiras quando se trata de alimentos. “Quando se está se formando uma nova ordem mundial, o governo brasileiro precisa buscar um acordo para expor nossa situação, pois somos competitivos”, enfatizou.
Segundo Santin, o Brasil tem 37% do market share global no frango, e 14% em suínos. Ele lembrou que não é possível exportar terra ou água, somente os produtos. “Esse é o ponto importante para o Brasil. No médio e longo prazos, vamos ser ainda mais importantes no fornecimento de proteínas, que é o que o mundo está pedindo”, pontuou. A moderação do painel foi do jornalista William Waack.
Após o painel, foi lançado o livro Agricultura Gigante e Global - A epopeia que Alysson Paolinelli começou em 1974, uma realização da Rede Paolinelli, organizado por Coriolano Xavier e Ivan Wedekin. A obra, em cinco capítulos, narra a história de Paolinelli à frente do Ministério da Agricultura, onde chegou há 50 anos. Com prefácio de Roberto Rodrigues, traz ainda dez depoimentos sobre o homenageado. Este é o segundo livro da Rede Paolinelli. O primeiro, Alysson Paolinelli - o visionário da agricultura tropical, foi lançado em 2021.
"A obra foi organizada a partir de três dossiês enviados para o comitê norueguês do Prêmio Nobel, em 2021, 2022 e 2023, cada um com mais de 400 páginas, um trabalho de fôlego que traz as realizações desse grande mineiro para o Brasil", disse Wedekin.
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